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    Crítica | Blockbuster

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    Os primeiros episódios de uma sitcom são difíceis de se fazer. Boa parte do charme e engajamento do espectador com esse tipo de série geralmente se dá pela sua conexão com personagens já familiares. Então um número considerável de sitcoms enfrentam uma quase “mediocridade perdoável”, onde o espectador engole a falta de conexão e identificação com os personagens como um investimento para os futuros episódios, assim tal mediocridade se esvai conforme a série avança na temporada. Infelizmente, a nova série da Netflix, Blockbuster, não se encaixa nessa norma.

    Na trama da série, conhecemos Timmy, personagem interpretado por Randall Park, que é dono do último estabelecimento da famosa rede de locadoras Blockbuster, do lado da sua equipe de funcionários, Timmy tenta a todo custo garantir que a locadora não feche devido ao avançar de novos serviços que tornam locadoras obsoletas.

    Primeiramente, a existência da série sendo uma produção da Netflix já é de um tom ironicamente cruel. O serviço de streaming foi um dos maiores responsáveis pela morte desses estabelecimentos. Estranhamente, a produção não parece se ligar a tamanha ironia, tentando entregar uma história mais sensível que nos emocione ao acompanhar o desenvolvimento dos protagonistas.

    Como dito no começo, infelizmente Blockbuster não consegue sair da mediocridade que também é tão comum em produções da Netflix. Talvez a maior frustração seja com o elenco que já é veterano em comédias que se tornaram icônicas na última década, com destaque para Melissa Fumero que tinha um papel fenomenal em Brooklyn Nine-Nine mas aqui a sua personagem é rasa, com incoerências e sem nenhum apelo para formar uma identificação.

    Mesmo assim, a série não apresenta nenhum problema catastrófico, existem muitos momentos ao longo da série que podem arrancar uma risada sincera. O seu maior defeito é não ter nada de especial que faça o espectador querer ver mais desse universo que estamos sendo apresentados. O charme de sitcoms é podermos nos sentir confortáveis vendo essas pequenas histórias semanais e assim querermos voltar a cada episódio ver mais desse conforto. 

    No fim, Blockbuster acaba não tendo nenhum sabor especial, nem pra ruim nem pra bom, o que faz a mediocridade da série que custar caro no fim das contas. A ironia com um tom de maldade da sua existência concebida pela Netflix só torna tudo mais desconfortável de olhar, assim temos uma temporada que poderia ser um ponto confortável e irônico no streaming, mas acaba sendo uma temporada cheia de nada.

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