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Início Críticas Crítica | Bom Dia, Verônica: Temporada 2

    Crítica | Bom Dia, Verônica: Temporada 2

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    Bom Dia, Verônica é uma produção nacional baseada no romance homônimo escrito por Ilana Casoy e Raphael Montes. A segunda temporada chegou a Netflix trazendo uma policial que investiga um predador sexual e acaba descobrindo um casal com um segredo horrível e um esquema de corrupção sinistro. A produção é estrelada por Tainá Müller (Em Família), Reynaldo Gianecchini (Verdades Secretas) e Klara Castanho (Tudo por um Pop Star).

    A segunda temporada de Bom Dia, Verônica apresenta o universo investigativo pelo ângulo da mulher. A série começa meses após os acontecimentos da temporada anterior e consegue em pouco tempo situar o espectador em como anda a vida da protagonista e em que novo caso a mesma está trabalhando.

    A produção segue misturando elementos do suspense com questões do direito da mulher e outras problemáticas, que infelizmente ainda são contemporâneas. Relacionamentos abusivos e tóxicos, além de violência contra a mulher, foram o foco principal da primeira temporada. A nova trama coloca esses temas em segundo plano para focar suas atenções em questões como: abuso sexual, corrupção e o uso da fé como elemento manipulador de massas. Além de outros assuntos que não serão revelados para não estragar as surpresas que a série reserva.

    O suspense e a tensão apresentados são temas muito reais e atuais. Mas existem problemas na execução. A nova temporada tem duração de tempo menor, cerca de seis episódios de cinquenta minutos cada, e ainda assim, a produção carece de ritmo. As situações e investigação demoraram um pouco a engrenar e prefere em apostar em insinuações que demoram, de modo proposital, a revelar o que realmente está acontecendo. Quando as revelações surgem elas não causam um choque tão grande, algo que prejudica a história.

    O roteiro escrito por Gustavo Bragança (A Divisão), Maria Shu (Ar Rarefeito) e Fernando Salles criam uma trama intricada que usa a busca pelo passado da protagonista como fio condutor da história. Além disso, o texto consegue adicionar acenos sutis aos acontecimentos da temporada anterior, sem nunca ignorar o que ocorreu. Algo que é positivo. Porém, é necessário frisar que a produção carece de lógica em alguns momentos, pois diversas situações se atropelam e acontecem do nada, sem nenhum desenvolvimento. Em algumas situações (em especial nos momentos focados na protagonista) acontecem fatos que só podem ser descritos como mágica. As resoluções criadas são fáceis – quase que banais – para fatos que mereciam uma saída lógica mais bem elaborada. Tudo isso aliado a uma edição que omite muitas situações, que necessitariam de explicação, acabam prejudicando a imersão na trama.

    O elenco consegue entregar interpretações convincentes. Os grandes destaques são Gianecchini que interpreta o grande vilão da temporada: um homem com ar de humilde e sensível, que esconde suas reais intenções atrás do seu carisma e da fé alheia, e Klara Castanho, que vive a filha do vilão; uma moça que não tem noção da realidade e que com o tempo se depara com uma situação sinistra ao ter ciência das ações de sua família.

    Bom Dia, Verônica: Temporada 2 é uma produção que possui uma mensagem relevante e que segue sendo atual. Mesmo com alguns problemas aqui e ali na sua narrativa, o programa continua sendo uma boa pedida para os fãs de suspenses políciais.

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