Essa crítica foi escrita por Joci Silva, você pode segui-la em suas redes sociais: Instagram/Instagram
Em sua segunda temporada, a série Bridgerton, criação de Chris Van Dusen produzida por Shonda Rhim para a Netflix, que se basearam nos livros da autora com pseudônimo Julia Quinn, a história trata de uma distinta família de Londres, os Bridgerton, durante os anos de 1800, cada livro (nove no total), tem o foco em um dos membros da família, formada por Violet, a mãe, e seus oito filhos, o esposo de Violet morre enquanto ela está grávida da oitava filha.
O Visconde que Me Amava é o nome do segundo livro da coleção e o ultimo episódio da segunda temporada de Bridgeton, mas vale lembrar que a adaptação de uma obra não necessariamente será idêntica a original. O processo leva a base da construção e não o contexto na íntegra, além de não precisar refletir com fidelidade as 304 páginas do livro em questão.
Os Bridgertons são o foco da história e, mesmo aparecendo outros personagens que poderiam tomar o lugar de um deles, por semelhança de personalidade, isso não acontece. Cada personagem tem seu brilho e nenhum ofusca o outro e mesmo as crianças que aparecem pontualmente deixam sua marca. E é isso que vemos mais a partir da segunda temporada: maior aprofundamento em cada um dos personagens. Apesar da estrutura narrativa da seguir a ordem cronológica, há flashbacks da morte do Visconde e outras incursões do passado durante a temporada, que tem grande impacto na vida do Antony.
O primeiro episódio já dita o ritmo do casal dessa temporada, que, entre vários pontos em comum, um dos mais fortes é o lado competitivo e o peso dos deveres e as responsabilidades que cada um carrega por ser o primogênito de suas famílias. No desenrolar da narrativa, esses pontos se tornam mais evidentes – como, por exemplo, no episódio da corrida de cavalos. Mas no Pall Mall é quando vem a confirmação, num momento de distração de todos os personagens, o jogo reflete o destino de Antony com as irmãs Sharmas, onde Edwina se retira no meio da competição, preferindo fazer companhia ás senhoras e Kate fica ao lado de Antony até o final da competição.
Mesmo apaixonados, Antony e Kate, não admitem o sentimento e, por coincidências do destino, sempre acabam se encontrando, o que remete ao jovem clássico Orgulho e Preconceito, que se passa na Londres da mesma época. Tal como ao filme, o casal se gosta desde o primeiro momento, mas a reputação dos cavaleiros é questionada, além dos personagens precisarem ceder ao amor e quebrar as mesmas barreiras sociais.
Em paralelo a narrativa do casal, há o desenrolar das histórias de Eloise e Penelope Featherington. O primeiro episódio apresenta Eloise debutando com medo de uma menina, mas encerra a temporada como uma mulher corajosa e decida. A amizade das duas é reforçada numa linda fotografia noturna encenada no jardim, enquanto dentro do salão de festas acontece o baile; as duas amigas deitadas na grama verde em meio às flores amarelas, trocando segredos entre lamentações e risadas. No cenário se destaca o vestido azul cintilante de Eloise e o vestido amarelo com estrelas brilhantes de Pen.
As pontas deixadas pela segunda temporada deixam a expectativa de continuidade da terceira muito voltada para o casamento de Antony e Kate, para o relacionamento dos dois em si, para a permanência ou não de Theo Sharpe no romance e, sobretudo, se a ordem dos livros será seguida nas temporadas adiante.