qua, 8 maio 2024

Crítica | Bronx (Netflix, 2020)

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O cinema francês está em alta em 2020, pelo menos no que diz respeito ao número de visualizações nos serviços de streaming. Depois de Bala Perdida (disponível na Netflix) e A Noite Devorou o Mundo (disponível no Telecine), chegou no Brasil e está fazendo “sucesso” na Netflix, o novo filme de ação/drama policial Bronx, que é pra lá de violento e deveras confuso.

Foto: Netflix/Divulgação

A sinopse oferecida pela Netflix para esse filme é a seguinte: Em meio a gangues e corrupções no submundo de Marselha, um policial decide fazer justiça. Simples e objetivo esse filme né? Não. Essa sinopse é de outra obra, Bronx é muito mais complexo que esse mero resumo, é possui em sua história, tantas traições, reviravoltas que o espectador vai ficar é confuso do que aconteceu e, principalmente, porque aconteceu. Não que reviravoltas em uma trama sejam algo. Mas aqui todas as reviravoltas e situações ocorrem de modo tão acelerado, envolvendo tantos personagens, que fica difícil entender o que acontece. Essas “falhas” na trama, em parte são culpa do diretor Olivier Marchal (36), que em sua filmagem optou por usar uma câmera em close em seus personagens, afim de captar melhor suas reações. Ao fazer isso, ele prejudica a localização do espectador em algumas cenas. Até agora não sei o que ocorreu na cena da praia, quem era quem, quem atirou em quem e principalmente quem morreu na cena, tudo por causa dessa aproximação excessiva da câmera e da fotografia escura da cena, fica difícil acompanhar o filme. Outra cena difícil de acompanhar é a do massacre do bar que “passa a impressão” de estar acontecendo no lugar X, mas na verdade está acontecendo no lugar Y. O espectador que lute para entender o que acontece e onde acontece.

Foto: Netflix/Divulgação

Mas a culpa não é apenas do diretor, o roteiro também colabora para diversas confusões nesse jogo de poder que envolve a polícia corrupta do filme. Algumas viradas que o roteiro propõem são boas e interessantes, mas outras são muito sem sentido. A daquele policial… sério?! A construção do arco dos personagens também é falha, tem muita gente e pouca construção dos personagens. É difícil entender as motivações por trás de cada ato. Assim, como é difícil se importar eles. O final, é muito bom, mas peca pela não construção do personagem, que entra de paraquedas na trama. O que é uma pena. Mas calma, nem tudo é uma tragédia aqui. O filme justifica sua classificação etária de 16 anos, trazendo cenas de violência bem dosadas e construídas. As cenas de ação, quando conseguimos enxergar, são bem executadas e passam credibilidade e as questões técnicas envolvendo som (mixagem, em especial) são boas e merecem destaque.

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Foto: Netflix/Divulgação

Bronx, faz jus ao título e é uma “situação complicada” (esse é o significado do título em francês), o longa possui um roteiro confuso, um primeiro ato bagunçado, muitos personagens sem função narrativa, mas no fim possui alguns bons momentos, em especial os que envolvem o 3º ato. Esse não é o melhor filme policial do ano (nem do milênio), mas conferir o longa não é nenhum crime grave.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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