qui, 25 abril 2024

Crítica | Capitã Marvel

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A Marvel tem feito história no cinema. Assim como nos quadrinhos, ela conseguiu criar um universo próprio com os seus filmes (e séries) que se correlacionam e se completam. Mas havia algo que estava em falta. O papel das mulheres nos filmes da Marvel sempre eram de mocinhas indefesas ou de heroínas secundárias nas suas tramas. Bom meninas, chegou a hora de ter um filme pra chamar de seu… Capitã Marvel chegou para marcar seu espaço no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU)… ou quase isso.

Capitã Marvel tem pontos positivos e negativos, por mais que o filme seja um marco para o MCU, não podemos tapar o sol com a peneira.

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Vamos aos pontos positivos: O jeito de contar a história de sua protogonista é diferente de todos os modos vistos até hoje nos chamados “filme de origem do super herói”. Aqui o roteiro, escrito a três mãos (Boden, Fleck e Geneva Robertson-Dworet) inova e se sai bem adicionando flashbacks que preenchem bem toda a trama, um diferencial muito bacana de se ver. Outro ponto bastante positivo são os efeitos especiais de rejuvenescimento usados em Samuel L. Jackson (Shaft) e Clark Gregg (Homem de Ferro) são de uma qualidade absurda, beirando quase a perfeição; a trilha sonora tem bons momentos e algumas canções que marcaram a década de 90 estão lá. Tirando algumas atuações que roubam a cena, de positivo temos apenas isso.

Vamos a parte não tão positiva… O roteiro mesmo inovando comete algumas mudanças que podem incomodar os fãs mais ferrenhos dos quadrinhos. A retratação da década de 90 é muito superficial e honestamente tímida, a guerra Skrull-Kree é resumida de forma muito simplista e incoerente. Temos um pouco de guerra… E fim. Eles são do bem e esses do mau, pronto. As viradas de roteiro que deveriam surpreender são previsíveis. As pessoas que tinham teorias envolvendo certas raças do MCU podem se decepcionar. Outro ponto negativo são os efeitos especiais voltados para as (poucas) cenas de ação e é bastante perceptível o uso e abuso da computação gráfica o que tira a credibilidade do que vemos.

As atuações ficaram pro fim pois elas também possuem altos e baixos. Os destaques do longa são Samuel L. Jackson que retorna com Nick Fury; o ator aqui desempenha um papel voltado mais para o humor e se sai bem, porém o mesmo consegue aprofundar seu personagem nos fazendo entender por que ele é daquele jeito, além de resolver alguns mistérios (como a perca do seu olho). Outro Destaque é o gato (sim o gato!) que faz Goose roubando as cenas em que participa. As decepções do longa ficam para Lee Pace (O Hobbit) e sua maquiagem que pouco lembra o Ronan de Guardiões da Galáxia, Clark Gregg e Djimon Hounsou (Shazam!) que são bons atores mas possuem tão pouco tempo em tela que são relegados a Easter Eggs ambulantes.

E a Brie Larson (O Quarto de Jack)? Ela tem bons momentos quando mostra o lado falho e humano de sua protogonista ao contracenar com Samuel L. Jackson e de Lashana Lynch (Still Star-Crossed). Esses momentos de construção/resgate da amizade são os melhores  de sua atuação, porém a atriz não convence no papel da heroína guerreira badass e debochada. Se tornando assim uma heroína guerreira badass pra lá de irritante.

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Capitã Marvel é um filme que cumpre o papel de entretenimento e só. Entre altos e baixos Carol Danvers até consegue obter um momento de puro empoderamento feminino, mas é muito pouco para o que a ela representa atualmente. Que Vingadores: Ultimato traga mais sorte na segunda aventura da Capitã mais foda de toda a Marvel.

Ps. O filme possui duas cenas pós crédito e uma bela homenagem a Stan Lee antes do filme começar.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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