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    Crítica | Capone

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    A sinopse oficial da cinebiografia Capone diz: “Al Capone, 47 anos, após 10 anos de prisão, começa a sofrer de demência e passa a ser assombrado por seu passado violento”. Se o filme fosse metade disso teríamos uma obra prima, o que vemos na verdade é apenas lampejos dessa proposta protagonizada por um Tom Hardy (Venom) que se entrega de corpo e alma ao projeto e impede o longa de cair no total fracasso.

    Esqueça qualquer gângster que você tenha visto no cinema ou qualquer ideia que você tenha sobre eles, o que estamos para ver é uma versão humanizada e frágil de um dos maiores gangsteres americanos. O filme foca em mostrar os últimos momentos da vida de Al Capone, que devido a sífilis vai lentamente perdendo sua noção de realidade e coerência, ficando aos cuidados de sua família e antigos companheiros enquanto tenta se lembrar de uma fortuna supostamente escondida por ele mesmo. O filme dirigido e escrito por Josh Trank (do terrível, Quarteto Fantástico) é diferente de tudo que se possa imaginar para uma cinebiografia. O diretor/roteirista opta por contar sua história pela ótica de um homem mentalmente debilitado e ao fazer isso, ele nos leva a mergulhar na loucura do protagonista, nos fazendo a todo momento duvidar do que estamos vendo com uma montagem cheia de “falhas”, que podem ser propositais ou não. Com essa escolha o diretor/roteirista se livra de um problema referente a qualquer “furo no roteiro”, mas perde força ao tentar contar sua história, afinal o que é real e o que é fantasia? Ao fazer isso, Trank elabora um estudo de personagem audacioso, que pode ser difícil de acompanhar devido a diversas cenas escatológicas que possui, além da montagem que não ajuda muito. As melhores sequências do longa são as mais sinistras e se passam na mente doente de Al Capone, que se entrega as suas lembranças mais violentas. Porém esses momentos ocorrem poucas vezes, duas ou três vezes durante todo o filme e depois o filme segue num marasmo de dar dó, falta ritmo! A história é muito cadenciada e isso faz o filme parecer mais longo do que é.

    O filme é de Tom Hardy que murmura, resmunga a todo tempo em cena. A entrega do ator é tamanha que vemos no seu olhar o sofrimento que ele sente e na sua postura torta o peso que seu personagem carregar após cometer tantos pecados. Os demais atores do elenco estão lá apenas para servir de escada para que Hardy brilhe. A maquiagem pesada a princípio causa estranhamento, mas funciona e a fotografia acrescenta a trama um tom sombrio com a utilização de tons escuros e quentes.

    Capone é uma cinebiografia que foge do convencional e prova que Josh Trank é um bom diretor, quando possui liberdade criativa e coragem. Esse não é um filme para todos, tenha a mente aberta ao assistir e boa sessão… Com o psicologo para entender o que você acabou de assistir.

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