Uma história de amizade, superação e afeto, Caramelo acompanha Pedro (Rafael Vitti), um chef de cozinha determinado, prestes a realizar o sonho de comandar seu próprio restaurante. No entanto, sua vida toma um rumo inesperado após um diagnóstico que o obriga a repensar suas prioridades. Nesse momento crucial, ele encontra apoio em um simpático cão de rua, um vira-lata caramelo (Amendoim), que o ajuda a redescobrir o significado da vida e a enfrentar seus desafios com uma nova perspectiva. Juntos, eles embarcam em uma jornada cheia de obstáculos e emoções, construindo uma conexão única e inspiradora.
A proposta do filme dirigido por Diego Freitas (O Lado Bom de Ser Traída) é nobre. Homenagear o icônico vira-lata caramelo, um dos maiores símbolos da cultura brasileira, mas entre a promessa de encantar e emocionar o público e a realidade, existe um abismo de boas intenções. A produção conta com um roteiro simples que foi escrito pelo trio: Rod Azevedo (Depois do Universo), Vitor Brandt (Copa De Elite) e o próprio diretor. O trio apostou em enfileirar clichês do gênero e situações que não são bem desenvolvidas durante a história, o que dificulta a imersão. Até certo ponto a história funciona, o início da amizade entre protagonista e o cachorro, por exemplo, é cativante. O problema é que a partir do descobrimento da doença do protagonista o filme adiciona muitos elementos, personagens e não desenvolve eles de modo satisfatório, a inserção de situações já vistas em outros filmes como Marley & Eu e a dramatização exagerada (a cena do incêndio, por exemplo) mais atrapalham do que ajudam.

Ademara (Sem Filtro), Carolina Ferraz (O Astro), Arianne Botelho (Maníaco do Parque) cumprem suas funções, mas são limitadas pelo roteiro. Cabe a Rafael Vitti (Dona de Mim) emprestar seu carisma e junto ao doguinho Amendoim encantam nas situações simples de convivência, pena que de momentos em momentos o filme prefira tirar eles dessas situações para inseri-los em cenas que são exageradas e nada críveis.
A trilha sonora e a fotografia do filmes são empolgantes e o trabalho sobre o universo da gastronomia é feito de modo correto. Mas nenhum deles supre as falhas cometidas na trama que carece de objetividade e autonomia. No fim, Caramelo é um filme nacional inofensivo, que entretém mas carece de identidade e conta uma história que já foi vista e contada por outros autores. Assista sem grandes expectativas e se entretenha sem compromisso.