seg, 23 dezembro 2024

Crítica | “Caravaggio: O perdão” de Milo Manara

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“Não sou um pintor valentão, como me chamam, mas sim um pintor valente, isto é: que sabe pintar bem e imitar bem as coisas naturais.”  – Michelangelo Merisi Caravaggio

Se disséssemos que a vida de Caravaggio não foi conturbada, estaríamos muitíssimos enganados. É isso que a obra “Caravaggio 2 – O perdão” narra e nos apresenta. Com dois grandes nomes da arte italiana: o mestre do erotismo Milo Manara (autor da obra já citada) e um dos maiores pintores do estilo barroco, Michelangelo Merisi de Caravaggio, a aposta da Editora Veneta para fevereiro de 2020 nos promete através de detalhes e história, uma narrativa sob outro ângulo da vida do tão famoso pintor italiano.

Nessa sequência, o foco é totalmente direcionado para o ínfimo desejo de Caravaggio de obter o perdão do Papa, o nihil obstat, por todos os crimes que cometeu. De fato, durante a obra (é importante destacar que não é tão técnica quanto parece), diversos conflitos perpendiculares trespassam sobre a narrativa em direção ao artista, sendo caracterizados como traições, julgamentos e até mesmo dúvida.

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Outros personagens alheios à narrativa diversas vezes aparecem para contracenar com Caravaggio tão naturalmente que torna – se quase imperceptível suas aparições na obra em geral. Ademais, outra característica que me impressionou foi a veracidade e cuidado do autor, Manara, em relação às informações atuais em que as obras citadas se encontram que, com certeza, trouxe um fator incitante na obra de maneira positiva.

A obra possui ilustrações magníficas e de qualidade inquestionável, sendo assim um verdadeiro tesouro para os amantes de HQs contemporâneas… especialmente porque todas elas, sem exceção, são coloridas, enriquecendo todo o conjunto literário e técnico de maneira significativa.

Autor: Milo Manara

Tradução: Michele Vartuli

Editora: Veneta

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Páginas: 64

Impresso: R$ 79,72

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Luíza Rocha
Luíza Rochahttp://estacaonerd.com
Ninguém é feliz por completo. Ou falta assistir um bom filme ou falta dormir.
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