dom, 22 dezembro 2024

Crítica | Case Comigo

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Boas histórias de amor, ao menos no cinema, quase sempre começam de um modo inusitado e terminam em casamento. Mas o que falar de um filme que mostra o começo de um romance no altar? Essa é a proposta de Case Comigo, comédia romântica estrelada por Jennifer Lopez (Hustlers) e Owen Wilson (Loki) que resolve usar o matrimônio entre dois desconhecidos como ponto de partida para uma contar uma bela história de amor.

A sinopse do filme é a seguinte: “Case Comigo apresenta J-Lo no papel da superestrela musical Kat Valdez e Owen Wilson como Charlie Gilbert, um professor de matemática — dois absolutos desconhecidos que decidem casar e só depois se conhecerem melhor. Um romance improvável sobre duas pessoas diferentes à procura de algo real num mundo onde o valor é baseado em likes e seguidores. Case Comigo é uma história de amor moderna sobre celebridades, casamento e redes sociais.” Quem fez a sinopse esqueceu de colocar que todas essas questões apontadas na sinopse vão ser abordadas de modo superficial pela trama e que o casal de protagonistas é muito sem graça.

Universal Pictures/ Divulgação

Os atores são bons, mas a química entre eles não. Jennifer Lopez vive uma estrela pop que canta e dança. Ela é perfeita! Mas ao ser traída pelo noivo, ela decide se “vingar” e resolve escolher um homem na multidão para se casar. Antes de tudo isso acontecer, somos apresentados ao personagem de Owen Wilson, que se divorciou recentemente e está tentando melhorar a relação com a filha. Com esses problemas qual é a última coisa que ele deveria fazer? Se casar com uma desconhecida é uma dessas coisas de se evitar. Mas para que o filme ande, o casamento acontece e a partir disso somos levados a conhecer o casal mais funcional do ano. Os personagens de Jennifer Lopez e Owen Wilson são diferentes, mas estão incrivelmente dispostos a mudar suas vidas em prol do sucesso da carreira da cantora. Questões como invasão da privacidade, mídia, fama e dificuldade de conhecer alguém a fundo na era digital, são totalmente ignorados pelo roteiro escrito por John Rogers (The Player), Tami Sagher (Boneca Russa) e Harper Dill (The Arm). Se pelo menos o texto tentasse fazer piada com as dificuldades de um relacionamento desse tipo ou da situação, tudo seria melhor. Mas nem a direção de Kat Coiro (Um Caso de Amor) parece salvar a produção do marasmo, que permanece o tempo todo em banho-maria. A diretora até consegue obter algumas cenas interessantes, quando o filme usa a boa trilha sonora como fio condutor da narrativa. Mas no geral o resultado é apenas satisfatório. O grande destaque do filme são as canções originais apresentadas durante todo o filme. Destaque para as canções After Love e Nobody’s Watching que são disparadas as melhores de toda projeção. A canção que dá nome ao filme, Marry Me (título original), é boa mas bem chiclete, mas isso não deve desagradar os espectadores.

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O restante do filme parece que segue o guia de comédias românticas: Eles começam a se dar bem, mas seu amor é desafiado por um problema, assim eles se separam e depois de um tempo um deles baixa a guarda e se dá conta que não pode viver sem o outro e blá, blá, blá, blá… Lopez até tem mais destaque e presença que seu companheiro de cena. Sarah Silverman (Detona Ralph) até tenta arrancar algumas risadas com sua personagem e consegue fazer isso em algumas situações. Mas mesmo que o filme tenha um clima agradável, a produção está longe de ser uma comédia romântica memorável.

Case Comigo é um romance do tipo água com açúcar, que pode agradar quem é fã do gênero e deseja apenas passar um tempo atoa. De marcante nesse filme fica apenas o show que a J-Lo dá interpretando as canções originais do filme. Sem elas (atriz e canções) o resultado seria muito pior.

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Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
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