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Início Críticas Crítica | Com Carinho, Kitty – 2ª Temporada

    Crítica | Com Carinho, Kitty – 2ª Temporada

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    Embora eu não seja particularmente obcecada por K-dramas ou pela cultura coreana, fui surpreendida pela série derivada da Netflix, Com Carinho, Kitty. Para minha felicidade, mesmo com os inevitáveis momentos cringe, gostei mais de Com Carinho, Kitty do que dos filmes da trilogia Para Todos os Garotos que Já Amei e, sinceramente, mais do que da maioria das produções românticas adolescentes atuais. Parte do apelo da série está em sua autoconsciência e na relação parasocial com o elenco, um elemento que frequentemente impulsiona o sucesso de produções desse tipo antes que sejam ofuscadas pela próxima novidade.

    O que torna Com Carinho, Kitty tão encantadora é como ela realiza a fantasia de qualquer fã de K-dramas não coreano: uma jovem se muda para a Coreia do Sul e se envolve em um triângulo amoroso digno de novela. A série não é exatamente inovadora — longe disso —, mas combina com habilidade elementos populares com o público-alvo, resultando em algo leve e divertido, como chá com biscoitos. Deixando de lado os aspectos técnicos, o que realmente faz a série brilhar é o simples prazer que ela proporciona, reforçado pela evidente diversão do elenco durante as gravações.

    A segunda temporada intensifica essa diversão, abandona boa parte do cringe da primeira temporada e encontra um equilíbrio mais maduro. É o tipo de série que você assiste de uma vez, sem perceber o tempo passar.

    O que torna esta nova temporada ainda melhor — e algo que muitas produções da Netflix poderiam aprender — é a disposição de responsabilizar a protagonista por suas ações, algo raro em narrativas adolescentes. Kitty, com sua personalidade impulsiva e muitas vezes imprudente, finalmente enfrenta as consequências de suas escolhas. Não se trata de um arco de redenção tradicional, mas de um despertar: a percepção de que, às vezes, é preciso reconhecer os próprios erros para crescer. Além disso, a série explora ainda mais seus pontos fortes — o drama exagerado ao estilo K-drama, as danças de K-pop e o humor leve —, potencializando todos esses elementos para criar uma experiência ainda mais envolvente.

    Divulgação: Netflix

    Na temporada passada, Kitty (vivida por Anna Cathcart) estava lidando com o fim de seu primeiro namoro com Dae (Minyeong Choi), sua readmissão na KISS (Escola Independente Coreana de Seul) e uma quase confissão de sentimentos por Yuri (Gia Kim). Ao mesmo tempo, Min Ho (Sang Heon Lee), seu aminimigo, revelou seus próprios sentimentos por ela. Esse cenário já estabelecia altas expectativas para a segunda temporada, que conseguiu corresponder e até superá-las.

    Um dos destaques dessa nova fase é a busca de Kitty por respostas sobre sua mãe, que também estudou na KISS. Essa investigação adiciona camadas emocionais à trama, culminando em um momento profundamente tocante que reforça o que torna essa franquia tão especial. Além disso, a aparição de Peter Kavinsky (Noah Centineo) traz uma conexão bem-vinda aos filmes originais.

    Anna Cathcart continua a brilhar no papel principal, trazendo um entusiasmo contagiante à personagem. Sang Heon Lee, por sua vez, ganha mais espaço como Min Ho, cuja história familiar é explorada de forma comovente, tornando-o ainda mais cativante. A química entre Kitty e Min Ho é inegável, mas a relação com Yuri também se destaca, sendo um dos pontos mais fortes da série, apesar de perder força nos episódios finais.

    Com Carinho, Kitty mantém sua essência brega e exagerada, características fundamentais de um bom drama adolescente. Entretanto, a sinceridade e a energia vibrante da série a tornam irresistível. Kitty pode ser bagunçada e, em alguns momentos, frustrante, mas isso só a torna mais interessante. Quando os créditos do último episódio rolaram, tudo o que eu queria era passar mais tempo com o grupo da KISS.

    A segunda temporada de é a evolução perfeita da série, trazendo momentos emocionantes, um arco de crescimento raro para a protagonista e reviravoltas cativantes. É aquele tipo de entretenimento que oferece um conforto, com romance, amizades e uma leveza que faz valer cada segundo assistido. É um lembrete de como é bom nos perdermos em uma série leve e descontraída em meio à correria do dia a dia.

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