Tudo começa depois dos eventos de Batman vs Superman. Depois da morte do Homem de Aço, Amanda Waller (Viola Davis) tem a ideia de criar um grupo de perigosos vilões (cujas mortes não teriam diferença para o planeta) para combater ameaças ao planeta. O grupo é autorizado pelo governo após o súbito ataque de Magia (Cara Delevingne), uma das cotadas por Amanda para participar do grupo, que se volta a agente. Desta forma, o Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), El Diablo (Jay Hernandez) e Amarra (Adam Beach) são convocados para a missão, liderada pelo militar Rick Flag (Joel Kinnaman). Enquanto isso, o Coringa (Jared Leto) aproveita a oportunidade para tentar salvar o amor de sua vida: Arlequina.
Assim como Batman vs Superman, o mais novo filme da DC Comics mal saiu e já foi muito criticado. É necessário entender que apesar de “ser fã” da empresa, olhar os aspectos técnicos é fundamental e o longa deixa muito a desejar.
Como não é novidade, o primeiro trailer de Esquadrão Suicida entregava um espírito sombrio e tenso. Após as diversas críticas em relação ao “não-divertimento” de BvS, surgiram rumores de que algumas cenas foram re-gravadas para acrescentar humor ao filme. Talvez essas cenas tenham contribuído para uma edição final muito mais picotada e, certamente, com diversas cenas importantes (e engraçadas, como algumas dos trailers) deixadas de lado.
O humor funciona, e o divertimento também. Margot Robbie ganha o troféu destaque do filme. A Arlequina construída por ela é o que mais chama atenção no filme, com piadas que ganham o público e muita alternância de personalidade, que leva o espectador a entrar na loucura junto com ela. Junto com Margot, Will Smith está bem e surpreende como um Pistoleiro muito apegado à filha e muito sentimental.
Finalmente é chegado no ponto mais esperado por todos. Como é o Coringa de Jared Leto? Não é ruim, mas não dá para saber se é bom. Não adianta ir ao cinema esperando um Joker ao menos parecido com o de Heath Ledger, porque Leto se preocupou em mudar completamente a personalidade do vilão. Enquanto a loucura do personagem construído por Ledger trazia muito mais medo e sombras, Leto traz o excesso de cores, luxo e magnitude.
Não dá para perceber exatamente qual é a do Coringa no filme. Inserir o personagem no longa foi desnecessário do ponto de vista de enredo, já que ele não acrescenta em nada à trama principal. Muito pelo contrário, cria uma história paralela sobre a fuga da Arlequina que deixa o filme muito mais truncado. Se fosse guardado o potencial do vilão para um possível filme do Batman, talvez a história do Esquadrão Suicida, por si só, tivesse muito mais tempo para fluir. Com isso, a real personalidade do Coringa poderia ser muito melhor investigada em outro momento. Mas o marketing em cima do melhor vilão já criado certamente iria aumentar a procura do público pelo filme. Aí é uma questão de escolha: personagem bem desenvolvido, cuja probabilidade de o público gostar é grande, ou “joga ele aí, que dá dinheiro”?
Apesar de a distribuição ao longo do filme não tenha sido muito inteligente, trilha sonora é muito bem escolhida. As músicas dão um ritmo crescente ao filme e auxiliam a apresentação dos personagens em formato de relatório. É lógico que as apresentações que ganham mais tempo de tela sejam as do Pistoleiro e da Arlequina, que ganham destaque durante todo o filme.
A vilã do filme é o ponto mais crítico do longa. Cara Delevingne não consegue extrair a real essência da Magia. Os efeitos em torno dela são muito mal feitos e a construção da personagem não agrada. Ao contrário de Cara Delevingne, um destaque muito positivo foi Viola Davis. Ela interpretou a agente Amanda Waller e consegue expôr uma personagem muito forte e objetiva, surpreendendo muita gente.
Não é um filme protagonizado por vilões. David Ayer mostra o lado de anti-heróis dos personagens mais temidos dos quadrinhos. A cena final do Pistoleiro se preparando para atirar, em que ele enxerga a sua filha e um flashback do dia em que foi preso, a lembrança do Diablo do dia em que matou a família, o sonho da Arlequina tendo uma “família feliz” com o sr. Coringa, mostra grande sentimentalismo e desagrada um pouco a imagem de terror dos vilões.
Como já foi visto, tem diversas falhas de direção e edição, mas observar somente os seus erros é besteira (ainda mais afirmar que é o pior filme já feito pela DC). Esquadrão Suicida diverte sim e dinheiro do ingresso não vai ser mal gasto. É possível sentir-se tenso, se assustar com a loucura dos personagens e, principalmente, dar boas risadas.