qui, 19 junho 2025

Crítica com Spoilers | Extermínio: A Evolução

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ESTE TEXTO POSSUI SPOILERS DA TRAMA. LEIA POR SUA CONTA EM RISCO.

O que mais impressiona em Extermínio: A Evolução é como o diretor conseguir manter uma continuidade de estilo do primeiro filme e inserir novas ideias que não soam apenas um apelo visual, mas para aumentar ainda mais a imersão e a sensação de um mundo completamente imparável e insano. E ainda sim, pegando elementos já conhecidos da cultura pop, seja a parceria pai e filho, ao melhor estilo God Of War ou The Last of Us, dos últimos mais falados, ou até mesmo um coming of age apocalíptico, transformando a história num amadurecimento competente daquele menino.

O estilo imprimido do Danny Boyle se assemelha bastante com um videoclipe, buscando sensações diferentes e estimulantes com seu telespectador. Porém o apresentado aqui é um dos melhores elogios em sua filmografia, é um amadurecimento das ideias e um resultado cru de um mundo devastado e marcado pela insanidade de todos os lados. As constantes uniões do presente com imagens do futuro, o exemplo é a cena do rito de passagem de Spike e sua inserção no real mundo, acompanhado do poema Boots e imagens traçando o paralelo da guerra, tudo isso para aumentar o grau de imersão do filme. Não apenas isso, mas o filme constrói uma mística envolvendo aquele universo, seja pela personalidade daquela comunidade vivendo 28 anos naquele mundo, com rituais de passagem e amadurecimento. Porém os próprios zumbis e os diferentes tipos, sejam os corredores, os mais lentos e os temidos Alphas, é uma lógica bem videogame de categoria de inimigos e que funciona bastante, talvez um dos últimos bons exemplos de filmes com essa adição típica dos games.

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E o filme constrói um coming of age que vai criando corpo ao longo da história, não apenas estabelecendo uma visão de mundo do garoto Spike, seja com aquela comunidade, com seus medos e receios, uma preocupação com a doença da mãe e uma construção de atitude, muito por causa da decepção da figura paternal que acaba ocorrendo. Mas o filme estabelece um paralelo do rito de passagem aos seus 12 anos, que na primeira vez é marcado pelo terror e nervosismo em tomar atitudes, porém após saber da existência de um possível médico fora da comunidade e uma busca de curar sua mãe, a maturidade desse protagonista é estimulada e o seu real caminho de amadurecimento começa.

A violência é outro destaque à parte, não apenas porque é algo obrigatório em um mundo totalmente marcado por infectados rápidos e uma transformação que beira segundos, por conta do vírus da raiva, mas dos efeitos práticos que buscam a agressividade daqueles monstros. O destaque do Alpha arrancar a cabeça e a medula espinhal é impressionante e a qualidade gráfica é altíssima. Como dito, é tudo muito cru, mas também acompanha essa fantasia envolvendo a lore dos infectados, as categorias, um mundo, no caso o Reino Unido marcado 28 anos por aquela infecção, e mesmo assim é acompanhado de uma paralelo impressionante da beleza daquele ambiente. Um ponto de destaque é a cena de retorno do pai e do filho, acompanhado de uma perseguição do Alpha, ao fundo, uma espécie de aurora boreal e corvos bizarros ilustrando esse terror.

E conforme a história avança, ela vai deixando um pouco de lado o apelo violento e começa a focar na relação mãe e filho, funcionando como essa quebra de expectativa pelo andamento das coisas até então. Vai funcionar a proposta de aceitação da morte da mãe, tendo em vista que não há muito a se fazer com sua doença e uma abordagem inusitada de um verdadeiro milagre. A cena envolvendo a infectada grávida e o nascimento de uma criança saudável evidencia esse apelo mais “otimista” que o filme busca no seu terço final. E não só isso, a aparição do personagem do Ralph Fiennes numa quebra da expectativa envolvendo seu suposto perigo e uma gentileza que encanta, apesar da aparência chocante do médico, coberto de amarelo, traz uma nova visão sobre a aceitação da morte e mais um recurso para o amadurecimento de Spike.

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Os poucos momentos de alívio no filme, com destaque para a ótima cena envolvendo o soldado, Spike e um smartphone, não só o apelo cômico envolvendo harmonização facial e rede social, mas também uma evidência do mundo exterior, que continua normal, enquanto aquele território se transformou num verdadeiro inferno contido. Algo que pode ou não ser explorado nos próximos filmes.

Em conclusão, Extermínio: A Evolução não só cria uma mitologia bastante interessante envolvendo aquele mundo isolado, praticamente estampado como um inferno “controlado”, mas também um experimento do próprio diretor nesses estímulos visuais e uma criatividade para orquestrar sua ação, tudo isso se utilizando da filmagem de diversos iPhones e sua tecnologia disponível.

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