O TEXTO ABAIXO POSSUI SPOILERS DA TRAMA DO FILME. LEIA POR SUA CONTA EM RISCO.
Quem mais tava com saudade de assistir as aventuras de Lilo e o seu “cachorrinho” azul, né? Mais um live-action/remake da Disney, ‘Lilo & Stitch’ causou muita curiosidade (e preocupação para alguns) desde as primeiras imagens do filme, principalmente pelo CGI e, claro, na imagem do Stitch em tela. Mesmo assim, o filme foi um dos live-actions mais aguardados nos últimos anos da Disney, junto com ‘Branca de Neve’ (2025) e ‘A Pequena Sereia’ (2023). Essa adaptação é dirigida por Dean Fleischer Camp, conhecido principalmente por dirigir ‘Marcel the Shell with Shoes On’ (2021), indicado ao Oscar 2022 na categoria de Melhor Animação. No elenco, o destaque para a pequena Maia Kealoha de 8 anos que interpreta a Lilo, Sydney Agudong, que já atuou em filmes menores, Chris Sanders retornando para fazer a dublagem de Stitch e dois conhecidos atores para os papéis coadjuvantes: Zach Galifianakis, conhecido por atuar em filmes como ‘Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)’ (2014), ‘Se Beber, Não Case!’ (2009) e ‘Gato de Botas’ (2011), e Billy Magnussen, conhecido por estar em filmes como ‘A Grande Aposta’ (2015), ‘007 – Sem Tempo para Morrer’ (2021) e ‘Aladdin’ (2019).
Vivendo juntas e enfrentando dificuldades após a morte dos seus pais, Nani (interpretada por Sydney Agudong) tenta equilibrar a vida para cuidar da sua irmã mais nova, Lilo (interpretada por Maia Kealoha), até que chega na Terra Stitch (interpretado por Chris Sanders), um alienígena inteligente que fugiu do seu planeta.
Quando saiu o primeiro trailer, os fãs logo estranharam a figura do Stitch, gerando para muitos um vale da estranheza grande, o que também me gerou dúvidas de como iria soar em tela, principalmente nas interações entre os personagens em CGI e os atores. Mesmo receoso, o fato foi que o CGI não atrapalhou a experiência, nada “genial” também, mas seu uso foi apenas o necessário para completar o filme. Principalmente as cenas iniciais na nave e na discussão sobre o exílio de Stitch, ou as cenas em que Lilo e Stitch interagem mais na praia e no restaurante em que Nani trabalha. As dinâmicas, por se tratar de um filme mais familiar, acabam sendo aceleradas em muitos momentos e deixam, algumas vezes, um gostinho de que um fator ou outro poderia ter sido mais explorado, ou um plano que poderia ter sido estendido para uma determinada cena.
Nesta adaptação para live-action, o foco da trama foi realmente nas relações entre Lilo e Nani, trazendo uma visão maior para o outro lado da família, demonstrado com as inúmeras sequências que temos entre as irmãs. É interessante como são aproveitadas essas passagens, como a cena em que Lilo e Nani deitam no chão do quarto e começam a conversar sobre a situação delicada envolvendo a assistência social, que deseja levar Lilo para uma outra família mais segura, pouco antes de verem a nave de Stitch cair na Terra, e com Lilo fazendo o desejo pensando ser uma estrela cadente ou na cena da busca incessante de Nani para conseguir um novo emprego enquanto Lilo e Stitch sujam vidros, quebram taças e fazem mais bagunça. Essa relação é fundamental para a obra, mais importante até que a de Lilo com o seu “cachorrinho falante azul”, pois todo o lado emocional da obra passa por ela. Ainda que o roteiro precise, lógico, dar importância para Stitch e sua ligação com Lilo, especialmente no clímax e a “quase morte” de Stitch. Nesse ponto, as atuações de Maia Kealoha e, especialmente, Sydney Agudong trabalham muito bem em conjunto com essa unidade de filme mais familiar. Além delas, a interação em tela de Zach Galifianakis e Billy Magnussen é um ótimo suporte coadjuvante para a trama.
‘Lilo & Stitch’ respeita o legado deixado pela animação original, mas aproveita para expandir outras questões dentro da história, mas mantendo um filme ótimo para família e atingindo bem o seu público-alvo. Apesar das dúvidas dos fãs após o lançamento dos trailers, acredito que vai surpreender os mesmo, sendo um ótimo live-action da Disney.
