seg, 23 dezembro 2024

Crítica com SPOILERS | MaXXXine

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O TEXTO ABAIXO POSSUI SPOILERS DA TRAMA. LEIA POR SUA CONTA EM RISCO.

Esquisito imaginar o potencial desperdiçado que esse filme entregou após assistir MaXXXine. O diretor Ti West tinha bastante hype envolvido nessa conclusão da trilogia, não só pela bom trabalho apresentado nos dois filmes anteriores, mas também na figura que vem crescendo cada vez mais em torno da Mia Goth. Porém o que ele apresenta é o mais puro suco da mediocridade, uma obra que tenta falar de muita coisa e acaba não se destacando em nada.

Na década de 1980, em Hollywood, a estrela do cinema pornográfico Maxine Minx tem sua grande chance de atingir o estrelato. No entanto, um misterioso assassino em série persegue as celebridades de Los Angeles e um rastro de sangue ameaça revelar o passado sinistro de Maxine.

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Aqui faltou inspiração pro Ti West. Construir uma história muito mais envolvente e vibrante e que seja mais importante do que sacadinhas e referências com Brian de Palma, Giallo e Final Girl . E não desmerecendo, existem bons momentos tanto de referências e piadas. Fora a ambientação que é exuberante e lindíssima de se ver, os momentos que posam o icônico filme Dublê de Corpo são bem satisfatórios para os mais fanáticos. É um lapso de criatividade que só é mais possível perceber no início do longa, seja com a caracterização Giallo do assassino ou até mesmo uma brincadeira com a personagem da Maxine em um beco escuro e quebrando aquele clichê da mocinha assassinada, com direito a humilha-lo e castra-lo. Talvez esse e mais outro momento sejam o único exemplo de alguma utilização da personagem neste filme, além de ser jogada de um canto pro outro.

É um filme que se auto sabota, ele tenta falar de Hollywood, dos bastidores, dessa indústria e o que você precisa fazer para alcançar o sucesso. Ele quer fazer um slasher, um whodunnit, um filme meta. Mas acaba gerando sensações muito simplórias, passageiras e genéricas. Passa a sensação que o diretor perde a mão da metade pro final, esquece várias coisas que havia apresentado, e precisa encerrar seu filme nessa sacada de ligação com seus anteriores. Tanto que o momento de descoberta do assassino ser o pai de Maxine é muito menos impactante do que a revelação do mesmo ao final de X. No qual descobrimos que aquele pastor que aparecia nas TVs pregando fervorosamente era seu pai, procurando a filha desaparecida.

Mia Goth em MaXXXine. Foto:Reprodução/A24

A figura da Maxine é totalmente o oposto do que vimos em X e a utilização do talento de Mia Goth é esquecida aqui e não chega nem perto do que ela encarnou em Pearl. A personagem tem um objetivo bem claro, se tornar uma estrela em Hollywood, um sonho já mencionado no filme anterior. Porém o filme acaba que deixando de lado essa exploração da inserção da personagem em seu primeiro filme Hollywood. O potencial desperdiçado em explorar esse universo e bastidores é comido em tela por conta de mais referências e sacadinhas que o diretor sabe que inúmeros cinéfilos vão pirar. São alguns momentos da personagem que salvam do seu enorme potencial desperdiçado, a cena em que Maxine, logo no final do filme, onde ela esta prestes a executar seu pai e um helicóptero pairando sobre ela grita: Solte a arma, afaste-se do letreiro(de Hollywood), é uma linguagem interessante com a jornada da protagonista, porém totalmente descaracterizada pela própria direção ao seu final. A força já tinha ido embora.

Para evidenciar as boas execuções aqui. A ambientação já citada é fantástica, uma baita recriação da época, tanto que brilha os olhos no início do filme. O personagem do Kevin Bacon é agradável, essa mistura caricata de detetives a lá Chinatown. Inclusive essa humilhação que o filme faz com ele, até sua morte, é divertida de se acompanhar, talvez a melhor utilização da Maxine no filme.

E é triste de se imaginar o resultado final desse longa. Enquanto em seu poster temos o nome gigantesco MaXXXine e o destaque da atriz brilhando aos olhos. Infelizmente o filme não faz bem um pouco jus a isso, o que temos é um resultado medíocre e bem pouco criativo. É um carrossel vazio com estampa bonita, que apresenta um momento ou outro se diversão e talento, porém se perde com a narrativa, nos apresenta tanta coisa e não desenvolve nada. A personagem Maxine começa e termina da mesma forma. Decepcionante.

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