sáb, 7 junho 2025

Crítica | Como Treinar o Seu Dragão

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Sim, temos dragões em tela novamente! Depois de três filmes animados mais que bem sucedidos da DreamWorks, ‘Como Treinar o Seu Dragão’ ganha agora uma versão live-action. A trilogia ‘Como Treinar o Seu Dragão’ — composta por ‘Como Treinar o Seu Dragão’ (2010), ‘Como Treinar o Seu Dragão 2’ (2014) e ‘Como Treinar o Seu Dragão 3: O Mundo Escondido’ (2019) — ficou marcada na memória de muitos, acompanhando a fase de ouro da DreamWorks e conquistando fãs ao redor do mundo desde o seu lançamento. A franquia foi um sucesso de bilheteria, com os três filmes arrecadando juntos mais de 1 bilhão e 600 milhões de dólares e fazendo com que toda criança quisesse ter um dragão como o Banguela de estimação. Diferente de outros live-actions, o projeto da DreamWorks contará com pessoas influentes que também participaram das animações, como o diretor Dean DeBlois, que dirigiu todos os três filmes. Além dela, o crédito também da Cressida Cowell como escritora original da história e o compositor John Powell, que também fez a trilha para o filme de 2010. Para dar vida ao Soluço, o ator escolhido foi Mason Thames, conhecido por protagonizar o filme ‘O Telefone Preto’ (2021) e ‘Verão Monstro’ (2024) e Nico Parker foi escolhida para ser Astrid, com uma passagem em filmes como ‘Dumbo’ (2019) e ‘Suncoast’ (2024), além de interpretar Sarah na série The Last of Us. Além deles, o elenco ainda conta com Gerard Butler para interpretar Stoico, o mesmo personagem que ele dublou nas animações da franquia.

Mesmo vivendo em Berk, uma ilha de vikings que combatem dragões há séculos, Soluço (interpretado por Mason Thames) ainda não se provou como um verdadeiro viking e deseja orgulhar seu pai. Ao capturar um temido dragão da espécie Fúria da Noite, ele decide libertá-lo em vez de matá-lo, iniciando uma improvável amizade com a criatura, a quem dá o nome de Banguela.

Créditos: Universal Pictures Brasil

É sempre uma questão quando é lançado um novo live-action que, inevitavelmente, vem a comparação com a obra original, parecido com um filme que é adaptação de outra arte, como um filme baseado em um livro, por exemplo. No caso de um live-action, é sempre curioso pois é uma adaptação de outro filme, mas com essa mudança de aparência. No caso de ‘Como Treinar o Seu Dragão’, isso seria um desafio grande comercialmente falando justamente pela qualidade que a animação possui, especialmente nos últimos dois filmes. Mesmo assim, a adaptação em si funciona para o live-action, ainda que incomode a escolha do diretor de quase duplicar o filme de 2010, com muitas cenas e falas iguais. Isso está presente em todo live-action, mas não sendo o filme praticamente inteiro como é feito no longa de 2025. Para quem tem muitas lembranças do primeiro filme, esse incômodo acaba vindo naturalmente. Eu assisti novamente o primeiro filme dois dias antes de assistir o live-action, então muitas passagens ainda estavam frescas na minha cabeça e foi como se eu estivesse apenas revisitando algo. Por outro lado, isso também significa alguns pontos positivos, como a atuação de Mason Thames como Soluço, que realmente entrou no personagem e tem uma atuação digna do protagonista de Berk que conhecemos. Particularmente, era uma preocupação que eu tinha por considerar Soluço muito bem feito, tanto pela animação do seu personagem quanto pela dublagem incrível de Jay Baruchel, mas que Thames conseguiu lidar muito bem.

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Mas eu acredito que a maior qualidade seja em manter a ideia do filme, mantendo a questão dúbia entre “matar ou cuidar” que Soluço enfrenta, essa relação entre a pressão dele ser um viking e ter que matar dragões e ter que cuidar. O lado bastante positivo de ser o mesmo diretor que participou da animação é que ele consegue transmitir a sensibilidade daquela história de uma forma impactante também. Não é do mesmo modo que a animação, mas funciona bastante. É muito impactante, por exemplo, como a sequência alternada de cenas entre Soluço treinando para matar um dragão enquanto ele aprende e cuida de Banguela, chegando até a montar nele e sair voando, estabelecendo uma empatia do espectador com a relação entre o viking e o tão temido dragão “Fúria da Noite” que nos faz realmente criar simpatia pela história, principalmente pela boa atuação de Thames e pelos efeitos visuais que superam – e muito – o que eu esperava. Não há o sentimento do vale da estranheza com as interações entre atores e dragões, mas sim uma sintonia em cena bastante convincente. O tom mais cinzento da fotografia durante todas as passagens do protagonista enquanto um viking é contrastante com a luz forte do sol de quando ele vai no lago se encontrar com Banguela todo dia, assim como o elenco de apoio, com Nico Parker (atriz da Astrid), Gerard Butler (ator de Stoico) e toda a equipe que treinou junto com Soluço também funcionam bem dentro da dinâmica cômica da obra e também nesse processo de transição para mudar a perspectiva quanto aos dragões e suas funções naquele mundo.

‘Como Treinar o Seu Dragão’ acaba não trazendo atualizações grandes ou na estrutura da animação querida de 2010, mas é sim um projeto eficiente sobre aquela história, trazendo para o live-action uma boa sensibilidade em tela também, contando com a boa atuação de Mason Thames, bons efeitos visuais e trazendo de volta os maiores fãs da animação para Berk.

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Destaque

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