qui, 25 abril 2024

Crítica | Convenção das Bruxas (2020)

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Convenção das Bruxas foi responsável por traumatizar a infância de 9 entre 10 crianças que assistiram a Sessão da Tarde nos anos 90. O filme contava a história de um grupo de bruxas cruéis que tinham como plano transformar todas as crianças do Reino Unido em… RATOS. Bom amiguinhos, 30 anos depois, volta para o cinema o remake, que trás uma nova ótica para essa querida e traumatizante história.

Foto: Warner Bros./Divulgação

Informo desde de já que não iremos comparar a obra original com a de agora, foram tempos diferentes e públicos diferentes. A nova versão de Convenção das Bruxas, busca dialogar com os novos espectadores e não com os adultos que conferiram a primeira versão. Por isso a obra possui alguns méritos próprios e algumas falhas em sua narrativa. A nova história foca num jovem órfão que em 1967, vai viver com a sua Avó numa cidade rural do Alabama, Demopolis. Quando o rapaz e a Avó encontram uma bruxa, a avó decide levar o neto para um luxuoso resort à beira-mar. Infelizmente, eles chegam exatamente na mesma altura em que a Grande Bruxa-Mor decide reunir-se com todas as suas amigas bruxas – disfarçadas – para executar os seus abomináveis planos.

O longa de Robert Zemeckis (O Náufrago) é didático e extremamente expositivo em suas ações, o que em alguns momentos irrita, mas como o filme é voltado para os pequenos se entende a razão de se fazer isso. O primeiro ato é usado para apresentar e criar empatia do público com a dupla protagonista da trama e isso ocorre sem muita dificuldade. Os primeiros 30 minutos servem para colocar tudo no seu devido lugar. A trama empolga e acelera mesmo, quando chegamos no hotel, aí temos uma montanha russa de reações (leia: momentos positivos (altos) e negativos (baixos) na trama).

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Foto: Warner Bros./ Divulgação

O ponto mais elevado dessa montanha russa é a entrada triunfal de Anne Hathaway (Interstellar) que rouba as cenas nas quais participa e diverte o público com sua vilã de sotaque indecifrável e divertidamente caricata. O visual escolhido para ela assusta e pode causar um certo medo nos pequenos, mas nada comparado ao terror que o original causa. O uso do CGI é exagerado, são tantos efeitos, que fica difícil acreditar no que se vê e isso diminuí a credibilidade do longa. Tudo o que vemos é muito artificial, o gato da vilã, é um exemplo disso. A maquiagem que poderia fazer a diferença, aparece muito bem feita ali e aqui, mas de modo muito pontual. O roteiro ágil, possui diversas situações divertidas para o público infanto-juvenil. Zemeckis consegue misturar terror e comédia de um modo agradável e infantil, as vezes infantil demais, mas no fim o saldo é positivo.

As crianças, Codie-Lei Eastick (Holmes & Watson) e, principalmente, o estreante Jahzir Bruno parecem estar mais a vontade dublando os ratinhos do que atuando na frente das câmeras, Octavia Spencer (Ma) encanta e segura a barra com sua experiência. Stanley Tucci (The Hunger Games) poderia ser melhor aproveitado na obra e sua participação é irrisória.

Convenção das Bruxas é um daqueles filmes que provavelmente todas as crianças vão se divertir ao assistir. Um terror divertido e “responsável” que pode assustar alguns pequenos, mas sem deixar marcas e traumas. Leve os filhos, sobrinhos e netos, e se divirta sem medo.

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Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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