qui, 30 janeiro 2025

Crítica | Covil de Ladrões 2

Publicidade

O mês de janeiro é tratado na indústria cinematográfica (principalmente nos Estados Unidos) como o “mês de descarte”, em que produtoras e distribuidoras lançam filmes que não possuem muita confiança ou que “tentam esconder” no mercado. Ainda assim, por outro lado, existem surpresas positivas em algumas produções. Para começar os filmes de ação em 2025, ‘Covil de Ladrões 2’ dá continuidade a história contada no filme de 2018. ‘Covil de Ladrões’ (2018) acabou tendo uma boa repercussão entre os estadunidenses na época do lançamento e até conseguiu um resultado “ok” de bilheteria ($80 milhões de dólares). A história é protagonizada por Gerard Butler, conhecido por filmes como ‘300’ (2006), ‘O Fantasma da Ópera’ (2004) e por dublar Stoick na franquia ‘Como Treinar o Seu Dragão’, mas que tem feito sucesso nos últimos anos por filmes de ação. Ainda no elenco, tem a presença de O’Shea Jackson Jr., filho do rapper Ice Cube e com atuações em filmes como ‘O Urso do Pó Branco’ (2023) e ‘Luta por Justiça’ (2019).

Um tempo após os acontecimentos do primeiro filme, Donnie Wilson (interpretado por O’Shea Jackson Jr.) decide continuar seus crimes milionários agora pela Europa. Quando um novo golpe surge, ele reencontra Nick O’Brien (interpretado por Gerard Butler), seu velho inimigo policial.

Créditos: Diamond Films/Lionsgate

Diretor também do primeiro filme, Christian Gudegast, que conta apenas com esses dois longas na filmografia, muda o tom da narrativa em comparação com o filme de 2018, com diferenças que deixaram a rodagem bem mais dinâmica, engraçada e tensa. Enquanto no primeiro existia uma preocupação grande com os laços familiares, principalmente do personagem do Gerard Butler, e em mostrar a dualidade e inversão dos papéis (o “policial bom” que tem sua vida desorganizada em várias áreas e o “ladrão” organizado e muito preparado para todas as situações), o segundo foca mais propriamente nas relações entre os membros da equipe e, melhor parte, na tensão, fazendo com que o público tenha mais empatia com a história de ação, crie vínculos reais com os personagens e fique preocupado em cenas perigosas, como a do assalto ao cofre. Existe, lógico, o contexto diferente dos filmes, pois o primeiro filme precisa dar o estabelecimento da história para o público, gerar o interesse, enquanto o segundo pode expandir mais discussões sem se prender à ter que apresentar muitas questões da história. E isso dá mais liberdade para que se desenvolva melhor. 

Publicidade

Apesar do início do filme ser na contramão e acabar demorando para engrenar, com os personagens interagindo sem muita inspiração em cena, tudo melhora com a presença de tela de Gerard Butler, interpretando um Nick O’Brien que pode ser mais solto, sem ter que transitar entre o drama familiar e o trabalho policial como no primeiro filme. A partir da interação de Nick com Donnie Wilson, as situações em tela melhoram, criando aos poucos um apego aos personagens e aquela história sem se esquecer de histórias secundárias que seriam importantes no restante da obra. A liberdade acontece também na linguagem, com uma fotografia mais focada no close, uma decupagem bem mais inspirada para trazer profundidade nas relações entre os personagens e a preocupação nas cenas de ação. Atrelado a isso, a sequência do assalto, sem sombra de dúvidas, é o ponto alto do filme, com uma tensão bem construída do começo ao fim e se sobressai sobre qualquer sequência do primeiro filme.

‘Covil de Ladrões 2’ supera o primeiro filme em criar uma história com seus personagens mais à vontade em cena, focando mais em desenvolver a ação e um grande sequência de golpe que prende o espectador em tela. Uma grande opção de entretenimento nos cinemas e um bom pontapé inicial para a ação em 2025.

Publicidade

Publicidade

Destaque

O mês de janeiro é tratado na indústria cinematográfica (principalmente nos Estados Unidos) como o “mês de descarte”, em que produtoras e distribuidoras lançam filmes que não possuem muita confiança ou que “tentam esconder” no mercado. Ainda assim, por outro lado, existem surpresas positivas...Crítica | Covil de Ladrões 2