Depois de lançar duas versões de Rebel Moon, que fracassaram na Netflix, o visionário diretor Zack Snyder (300) lança uma animação para adultos que reimagina a mitologia nórdica na série de animação, Crepúsculo dos Deuses. A produção voltada para adultos conta a história de uma guerreira que tem contas a acertar com os deuses.
A narrativa de construída por Snyder possui alguns altos bem altos e outros baixos, que não são tão baixos, mas que atrapalham a imersão total no universo criado. Os dois primeiros episódios possuem um tom solene e servem para apresentar os guerreiros e protagonistas da trama. Leif e Sigrid vivem um romance, que é atrapalhado pelo deus do trovão Thor. Após sobreviver ao massacre, promovido pelo filho de Odin, o casal sai em busca de vingança. Até aí, tudo é visto e apresentado de modo sério e sem pressa. Após essa passagem a trama começa a inserir algumas cenas de ação que usam e abusam da violência, acelera alguns desenvolvimentos e começa a inserir algumas cenas em câmera lenta, porém a história começa a perde pontos com a inserção de piadas típicas da 5ª série, que em nada agregam e mais atrapalham o desenvolvimento da história, do que divertem.
Snyder é criativo ao construir seu universo e usa de diversas liberdades criativas para construir seus personagens. A protagonista é baseada em uma figura histórica real, sendo apresentada como uma mulher obstinada e cruel. Para criar um contraponto, temos seu par romântico, que antes era um guerreiro mortal e que com o tempo deixou esse passado para trás. Essa dinâmica é a melhor desenvolvida entre todas as apresentadas. Os demais personagens, infelizmente, são apresentados como deuses e mortais unidimensionais que estão em cena apenas para lutar, fazer piadas e morrer. Quanto a fidelidade sobre os personagens, algumas versões soam como paródias e outras são versões totalmente inventadas pelo diretor. Dos deuses visto, o melhor explorado é Loki, que possui motivações críveis e possui uma personalidade muito próxima com as descritas nas histórias nórdicas.
A produção possui classificação indicativa 18 anos e isso é justificado pelas cenas de ação, que são violentas e criativas nas mortes apresentadas. Além disso, o palavreado também justifica a classificação. Porém o diretor ousa é insere cenas de nu frontais de homens e mulheres. Além de diversas cenas de sexo, que são em sua maioria, totalmente dispensáveis e estranhas.
Crepúsculo dos Deuses é uma boa animação para os fãs de aventuras e para os fãs do diretor, que volta a fazer um bom trabalho, mesmo que ele tropece aqui e ali durante a construção de sua história. Que os próximos projetos do diretor, tenha a sobriedade que a maior parte da série possui.