O Estação Nerd em parceria com o site 2 Lados Online, traz a crítica sem spoilers da terceira e última temporada de Dark, série da Netflix. Confira:
Ninguém imaginaria que ao sair da sala de cinema no dia 13 de julho de 1990, após a conclusão da trilogia: “De volta para o futuro”, outro filme ou obra desta temática iria impactar tanto ou até mesmo seria melhor que a mesma. Temos a tendência em achar que algumas obras são insuperáveis. A mesma sensação é bem visível em filmes como “2001”, “Interstelar”, “1984”, “Matrix”, “A Origem”, filmes que expandem a nossa mente e encantaram gerações. A beleza do talento: criatividade está em constantemente podermos nos surpreender com obras melhores e sempre mais profundas. Um desses grandes exemplos é a última e inesquecível temporada de Dark.
Entendam! Uma obra dessas não é em sua totalidade original: Usando um pouco a lógica da série, ela precisou de idéias de todas as obras de ficção anteriores citadas, teorias quânticas, artigos, palestras, estudos e suposições físicas para ser o que é hoje, dificultando um pouco em sabermos qual a origem, a primeira obra, a primeira ideia, a fagulha que puxou todo o resto para finalmente chegarmos até esse momento. É sobre isso e muito mais que é apresentado neste último ano.
Os atores estão muito comprometidos, ninguém querendo “brilhar” mais do que o outro, todos conscientes de que fazem parte de um todo muito complexo e depositam sua total confiança no showrunner Baran Bo Odar no qual cumpre o que promete ao nos entregar um roteiro perfeitamente amarrado e só deixando as pontas soltas que ele propositalmente quis deixar. E nítido perceber isso nos diálogos, nada aqui ocorre por acaso, tudo tem um propósito. Somos aqui apresentados há um conceito de multiverso, que é bastante desenvolvido e se torna indispensável para a trama.
A produção está toda comprometida, a trilha faz o seu papel na hora certa, algo diferente de sua primeira temporada, e os oitos e longos episódios foram muitos satisfatórios para encerrar todos os arcos. A grande tensão que os fãs tinham de que talvez não desse tempo desses arcos serem concluídos, diminui a cada episódio. O roteiro invejável de Dark é algo que qualquer diretor sonharia em dirigir. Perfeito! Sublime! Algo de outro mundo!
Esta última temporada pode ser comparada a uma performance bem ensaiada! Uma aula bem planejada! Uma apresentação de tese nota 10! Uma construção bem fundamentada! Um plano bem executado! Uma pintura bem trabalhada! Uma cirurgia bem liderada! Enfim, até os defeitos foram planejados. “Dark” é lágrima de alegria que derramamos num ano em que tantas de tristeza rolaram.