qua, 10 setembro 2025

Crítica | Demon Slayer: Kimetsu no Yaba – Castelo Infinito

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A chegada de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito aos cinemas marca um ponto de virada na forma como o animê é apresentado ao público. Ao invés de seguir com temporadas convencionais, optou-se por transformar o arco final da história em uma trilogia cinematográfica, e essa primeira parte já deixa claro que a decisão foi acertada. O filme é uma explosão de intensidade visual e emocional, com uma direção – Haruo Sotozaki – que não se contenta em apenas adaptar o mangá, mas o eleva.

Ambientado em uma versão fantástica da era Taisho, o universo de Demon Slayer apresenta um Japão assolado por criaturas demoníacas que se alimentam de humanos. No centro dessa história está Tanjiro Kamado, um jovem que, após perder sua família em um massacre brutal e ver sua irmã transformada em demônio, decide se unir ao Corpo de Caçadores de Demônios. Movido por dor e esperança, ele embarca em uma jornada para erradicar essas entidades sombrias e restaurar o que lhe foi tirado.

O longa começa exatamente onde a quarta temporada parou: com Tanjiro e seus aliados sendo sugados para o interior do Castelo Infinito, domínio distorcido e ameaçador do temido Muzan Kibutsuji, o arquivilão da trama.

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A ambientação do Castelo Infinito é um espetáculo à parte. O espaço distorcido, quase onírico, funciona como uma metáfora visual para o caos que Muzan representa. A animação desenhada à mão continua sendo o grande trunfo da série, mas aqui ela ganha uma escala ainda mais ambiciosa. Os movimentos de câmera, os efeitos de luz e sombra, e o uso de cores vibrantes criam uma atmosfera de desespero que não dá trégua.

Narrativamente, o filme não perde tempo com exposições desnecessárias. Boa parte da trama se desenrola por meio de confrontos intensos entre os protagonistas já conhecidos da série e os demônios que representam seus maiores desafios.

Para manter o envolvimento do público iniciante e dar profundidade aos antagonistas, o filme recorre a flashbacks que revelam suas origens e motivações. Esses momentos trazem carga emocional significativa, mas em alguns casos acabam quebrando o ritmo das batalhas — que são um dos pontos altos da experiência visual. Cada Caçador de Demônios possui uma técnica única de respiração, traduzida em estilos de luta que evocam elementos como água, fogo e trovões, criando sequências de ação que mais parecem coreografias sobrenaturais.

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O roteiro, escrito por Hikaru Kondô com base na obra de Koyoharu Gotouge, acerta ao manter o foco nos dilemas internos dos personagens. Pois assim, o filme não se apoia apenas em cenas de combate espetaculares — embora elas estejam lá, e sejam um pouco mais violentas do que as vistas na televisão — mas também em momentos de lembranças que voltam como fantasmas.

A trilha sonora acompanha esse ritmo com precisão cirúrgica. Ela sabe quando se calar e quando explodir, reforçando cada momento. E o elenco de vozes, tanto na versão japonesa quanto na dublagem internacional, entrega atuações que fazem jus ao peso da história.

No fim das contas, Demon Slayer: Kimetsu no Yaba – Castelo Infinito não é só um filme para fãs de animê. É uma obra que entende o poder do cinema e tenta levá-lo para todos os públicos. Se essa é apenas a primeira parte da trilogia, o que vem a seguir promete ser ainda mais devastador.

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Destaque

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