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    Crítica | Desejo de Matar

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    Em 1974 estreava nos cinemas Desejo de Matar, que tinha como protagonista Charles Bronson (Era uma Vez no Oeste), a ideia do longa era unir ação com a questão social, mostrando inquietação social urbana nos EUA. Bom a nova versão de 2018, que estreou recentemente na Netflix, estrelada por Bruce Willis aposta na ironia e na violência para passar sua mensagem. O remake não é ruim, mas passa longe de ter o mesmo carisma do original.

    O remake conta basicamente a mesma história do filme original, havendo pequenas mudanças apenas (a profissão do “herói” é uma dessas mudanças). Após ter sua casa invadida e esposa assassinada por bandidos, Paul passa a acompanhar a polícia nas investigações para capturar os criminosos. Em poucos dias ele percebe que a polícia jamais encontrará os assassinos. Sem opções, ele terá que se aventurar por caminhos obscuros em uma jornada pessoal em busca de justiça. A nova versão é dirigida por Eli Roth (O Albergue) que usa e abusa de uma violência gráfica para contar a sua versão cartunesca de uma típica história de vingança.

    A narrativa proposta acerta e erra em alguns quesitos. O maior acerto do longa é a utilização do sarcasmo e da ironia, que são bem dosados na história. Temos até momentos para reflexão que podem ser vistos, por exemplo, nos tutoriais online que o protagonista assiste. A parte “ruim” do longa recaí na construção do personagem principal. Ele é desenvolvido como alguém rico que por estar acima dos outros no status social pode exterminar os criminosos, agindo como juiz, júri e executor. O personagem nunca tem dúvidas sobre o peso de suas ações. Ok, os fatos pelo qual o ele é submetido podem servir como justificativa para suas ações, mas será que os fins sempre justificam os meios? Bom essa questão nunca é levantada e talvez por isso o longa tenha gerado polêmica em 2018, sendo considerado por alguns um longa extremamente facista, por exibir um homem branco rico exterminando negros e pobres.

    As cenas de ação são bem desenvolvidas no geral, mas são previsíveis em alguns momentos. A cena na oficina mecânica é a melhor no quesito violência. As atuação são comuns, assim como a direção de Roth que pouco ousa, nada aqui é marcante. Bruce Willis começa no piloto automático e se solta no desenvolver da trama.

    O remake de Desejo de Matar entretêm, diverte e deve satisfazer os fãs do gênero de vingança. Com sarcasmo Eli Roth consegue atualizar o clássico sem decepcionar, mas este fica longe de ser o seu melhor trabalho.

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