A Terra dos Sonhos precisa de um novo líder, já que Rei Zøg anda instável. Chegou a hora de a princesa Bean assumir responsabilidades? Essa grande questão já começa a ser respondida no primeiro episódio da nova temporada de (Des)encanto. Porém, ao mesmo tempo que uma questão é resolvida três novas surgem e a animação, do mesmo criador de Futurama, tem problemas ao expandir o universo da série.
A falta de coesão entre os episódios do novo ano é a palavra que melhor define está 3ª temporada. Humoristicamente a série continua apostando no sarcasmo e humor negro, com algumas piadas e sacadas geniais. O humor nonsense também está em boas doses, mas narrativamente falando a trama quase não anda e além de novos reinos e vilões, poucas respostas são dadas e novas questões são levantadas. O trio protagonista nos primeiros episódios quase se torna coadjuvante em sua própria série (em especial, Luci e o Elfo) a importância deles nos quatro primeiros episódios e quase nula. Para compensar isso outros personagens ganham destaque na história, o que por um lado é bom, mas que no fim deixa uma sensação de que eles estão mais para tapar buracos, em todo caso essa escolha só atrapalha o andamento da história sem acrescer muito a ela.
(Des)encanto continua tendo uma dublagem peculiar, que nas temporadas anteriores foi abarrotada de bordões da internet, o novo ano aposta em palavrões e obscenidades de todos os tipos. A animação não é indicada para os mais puritanos. Trolls, fadas e seres místicos são apresentados e alguns personagens da 1ª temporada retornam para bagunçar mais ainda a trama. Foco não é o forte dessa série que fala de muitos assuntos com deboche e parece perdida.
(Des)encanto tem a 4ª temporada para resolver seus problemas narrativos e focar no simples, afinal antes de expandir um universo é interessante criar uma base sólida para isso. Quem sabe respondendo as questões que estão em aberto a série consiga isso. Viva a Rainha!