dom, 6 julho 2025

Crítica | Diários de Andy Warhol

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Essa crítica foi escrita por Matheus Simonsen. Siga ela nas suas redes sociais: Instagram

Desde seu início, com o anúncio de que “A voz de Andy nesta série é recriada usando um programa de IA com a permissão da Fundação Andy Warhol”, esse aspecto de alta tecnologia da série documental estabelece o precedente para aquilo em que os seis episódios consistirão: os diários, que são combinados com comentários de colegas artistas, celebridades e historiadores da arte. Amigos próximos de Andy se misturam com aqueles que dedicaram grande parte de suas vidas ao estudo de sua arte. Como eles mencionam no primeiro episódio e é ilustrado com a variedade de perspectivas sobre sua sexualidade até o final, não há como confirmar como sua vida realmente era.

Diários de Andy Warhol tem por base o livro de não-ficção de mesmo nome, que foi editado por Pat Hackett, jornalista e amiga de Warhol. Os diários não foram escritos pelo próprio Warhol, mas transcritos de telefonemas entre ele e Hackett e publicados dois anos após sua morte. A série é uma mistura da vida pessoal de Andy e um retrato da época mostrada. Desde os amores do artista, a discussão da homossexualidade, seu impacto na arte, passando pelo estilo de vida dos anos 80 e chegando ao estouro da AIDS ao final do documentário. É uma obra bastante íntima sobre seu artista, mas também atenta a importantes momentos do quadro social ao redor.

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Netflix/ Divulgação

Andy foi extremante importante para o movimento Pop Art, e o diretor Andrew Rossi toma a sábia decisão de incluir comentários sobre o estado atual da cultura pop e a paixão da América por celebridades. Há 40 anos, Andy já concebia a ideia dos “15 minutos de fama”, tão comum hoje em dia.Rob Lowe, que era amigo de Warhol, menciona: “Ele adoraria hoje por causa do show de horrores que é a cultura contemporânea”, o momento perfeito para reconhecer a arte culturalmente relevante que Andy Warhol concebeu sobre fama e iconografia. Além de suas contribuições na arte com pinturas e gravuras, ele fez filmes, participou ativamente da Televisão e tinha também uma revista de nome “Interview”, todos comentando sobre a cultura da época e o significado de ser famoso.

O documentário tem um vastidão de arquivos para contar sua história, desde fotos e vídeos dele apenas passeando por Nova York, até momentos importantes de sua carreira, encontros com celebridades e principalmente mais detalhes sobre sua vida pessoal, seus relacionamentos amorosos com Jed e John Gould e sua amizade importante com Jean- Michael Basquiat. É interessante perceber que o documentário deixa muito claro a intervenção de sua vida amorosa com a artística e vice versa. Existe um equilíbrio muito bom nessa dualidade de Andy.

Netflix/ Divulgação

Apesar da alta qualidade dos arquivos sobre a vida de Andy, a série, dividida em 6 episódios, acaba em alguns momentos se repetindo um pouco no que quer contar. Com grande parte dos capítulos passando da 1 hora de duração, ela sutilmente cansa seu telespectador, mas ao mudar de assunto ela rapidamente ganha seu interesse novamente.

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Diários de Andy Warhol prova ser uma série não apenas para fãs de Warhol e historiadores de arte, pois é uma história de sofrimento, solidão, fama e amor, que é fascinante para um espectador comum. A mistura de entrevistas de estilo clássico dos documentários, narrações dos diários de Andy, imagens e filmagens que ele e outros fizeram, obras de arte, entrevistas, música, cenas de filmes e outros materiais acaba representando bem o caos criativo que era Andy Warhol. É uma obra com muito coração. Uma homenagem encaixada em 6 episódios.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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