sex, 3 maio 2024

Crítica | Dinheiro Fácil

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O diretor Craig Gillespie ultimamente tem trabalhado com histórias no mínimo “curiosas”. Responsável por projetos como Cruella e Eu, Tonya, o cineasta trouxe uma mistura interessante entre um estudo de personagem e as loucuras das motivações que o levaram até o derradeiro e insano momento de suas vidas. Em seu mais novo filme, Dinheiro Fácil, ele busca essa ideia de um grupo de diversas pessoas na bolsa de valores lutando contra essa força superior responsável pelo controle do dinheiro.

Dinheiro Fácil é um filme norte-americano de comédia dirigido por Craig Gillespie e baseado na história real de um grupo de investidores do Reddit que causaram um grande caos em Wall Street após apostarem nas ações da GameStop. O movimento organizado no fórum da rede social fez com que as ações da empresa, inesperadamente, disparassem – e os investidores ficassem ricos. Tudo se inicia com Keith Gill (Paul Dano), que começa a postar sobre suas apostas no fórum WallStreetBets, e após viralizar, atrai mais pessoas para o movimento.

É uma obra com um humor bastante  Hollywoodiano atual, seja pelos constantes usos de redes sociais, memes e piadas com pessoas adultas agindo e falando como adolescentes, que acabam funcionando de maneira geral. O uso de atores como Pete Davidson trazem essa comédia desleixada que acaba aproveitando bem esse lado do ator, que muitas vezes acaba irritante em outros filmes.

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E o filme ao longo de seu tempo vai construindo esse campo de guerra composto por dois lados: os poderosos investidores que aos poucos vão percebendo a loucura  inesperada criada em torno da bolsa de valores, e que só chamam sua atenção no ponto que são diretamente prejudicados. No outro lado, temos essa junção de pessoas completamente normais, seja uma enfermeira com problemas financeiros, um funcionário da Gamestop explorado pelo chefe, uma estudante com dívidas, etc. São personagens de cunho popular para essa facilitação da trama em conta sua história e a óbvia identificação com o telespectador.

E temos claro, o protagonista dessa história que é Keith Gill, interpretado pelo ótimo Paul Dano, uma espécie de guru maluco da internet. Ao longo do filme vemos diversas situações envolvendo o personagem, sejam seus problemas financeiros e familiares, mas mesmo tempo essa personalidade da internet reagindo a vídeos, Tik Toks – e o principal, as compras de ações da Gamestop e o espalhamento da palavra por meio do Reddit.

Mas o principal problema do longa é sua ideia de revolução. É fato de que esse acontecimento marcou o ano de 2021, tanto que caiu na ideia clássica de Hollywood de “Isso deveria virar um filme”. Mas ele prega um discurso de que essas pessoas mudaram para sempre a bolsa de valores, sendo que esse não foi o resultado geral em si. É uma pregação ingênua- sim houveram diversas pessoas “normais” que se beneficiaram dessa situação, isso em conta essa ajuda do Keith nas redes sociais, sorte e também inteligência de aproveitar essa brecha. E claro, houveram pessoas de cunho milionário que foram prejudicados tanto financeiramente quanto algumas foram presas e processadas. Porém todo isso não bastou de um grande susto que já foi rapidamente convertido infelizmente a favor dos poderosos, é uma falsa ilusão, bem diferente dessa ideia de revolução que não tem um impacto devido ao seu final.

E é um pouco decepcionante pensar no coletivo do filme, um subaproveitamento de diversos atores secundários ao longo do filme. Exemplos como a ótima Shaylene Woodley que faz a esposa do protagonista, mas pouco tem para se importar realmente com o drama familiar. E quanto ao lado dos vilões da história, os empresários vividos por Seth Rogen e Sebastian Stan que funcionam mais como figuras conhecidas do que um aprofundamento real de suas narrativas. Ao todo, Paul Dano rouba a cena mesmo com diferentes faces de seu personagem, transitando entre o ridículo e o lado inteligente de aproveitar toda essa situação momentânea.

Dinheiro Fácil é uma sátira interessante e tem seus bons momentos, apesar de não sair muito desse arquétipo do cinema Hollywoodiano em mostrar revoluções de pouco impacto e muita falação. E felizmente a diversão encaixada compensa rostos conhecidos no elenco e essa estrutura convencional de história. Com direito ao texto final contando o que aconteceu com cada um.

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