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    Crítica | Divertida Mente 2

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    Quase uma década depois do primeiro filme, a Disney/Pixar retorna com um dos seus maiores sucessos dos últimos anos. Com mais de $850 milhões de dólares de bilheteria e uma memória afetiva extremamente forte com os fãs, ‘Divertida Mente’ teria uma sequência de forma inevitável. O sucesso do primeiro filme pode se observar até hoje em sites e aplicativos como o Letterboxd, onde o filme sobre as emoções da jovem Riley é o terceiro mais popular da gigante Pixar, superando até mesmo todos os filmes de franquias como ‘Toy Story’, ‘Carros’ e ‘Os Incríveis’. No famoso ‘Rotten Tomatoes, o filme é um dos maiores sucessos tanto de crítica (98%) como de público (89%). Assim como ocorreu com outras sequências, a Pixar espera um grande sucesso econômico, especialmente no fim de semana de estreia (Opening Weekend, no termo em inglês).

    Riley agora tem 13 anos e vai passar o final de semana em um acampamento de Hockey junto com suas amigas. No meio dessa experiência, a jovem terá que aprender a lidar com novas emoções à medida que a puberdade chega e grandes decisões precisam ser tomadas.

    No primeiro filme o diretor foi Pete Docter, que já atuou em diversos filmes do estúdio como diretor e roteirista. Porém, na sequência o diretor é Kelsey Mann que está estreando na direção com este filme, apesar de não parecer. Mann mantém durante toda a rodagem um longa consistente, que aproveita os caminhos que decide rumar e ainda transforma uma história relativamente simples em uma grande reflexão sobre nossas emoções.

    O filme evoluiu bastante tecnicamente, mas há um ponto tão relevante quanto. Não há apenas uma preocupação em ser técnico ou de fazer aquele típico filme emocional para os jovens, mas sim em realizar uma experiência maior, mais sensível. Quem é da faixa-etária da protagonista, vai sentir-se na pele dela. Quem é mais velho, com certeza irá refletir e relembrar sobre os mesmos momentos quando eram mais jovens. 

    Créditos: Walt Disney Pictures/Pixar Animation

    É uma conexão com a obra. Uma conexão tão grande que, em cada ativação das emoções na vida de Riley, o sentimento rebate no espectador. Em determinada cena, Riley sente vergonha, uma das emoções adicionadas neste filme. Ocorre o diálogo, ela fica envergonhada e corta para o personagem mexendo na mesa de controle das emoções. Da mesma forma que a jovem, nós também ficamos envergonhados. Já gerando, mesmo que rapidamente, empatia com a protagonista e com as emoções. E essas situações, principalmente pela montagem ser dinâmica com as situações, sempre alternando entre a vida real e dentro da mente de Riley, vão acontecendo sucessivamente até que o espectador se veja fixado na história. 

    Uma das maiores qualidades do filme é a sua atualização ao mundo atual, principalmente levando em conta o pós-pandemia. Depois do momento vivido entre 2020 e 2022, a ansiedade tomou conta ainda mais dos sentimentos humanos após a pandemia acelerar diversos processos para o online e transformar o mundo em uma pressa maior de entrega de resultados do que antes. Em ‘Divertida Mente 2’, nós temos essa representação não apenas na presença das novas emoções, mas em seus designs e acessórios. A Tédio, por exemplo, é uma personagem que fica sempre deitada no sofá, longe do restante das emoções e, olha só, nem se levanta para mexer na mesa de controle pois possui um aplicativo no celular para tal. Essa imobilidade e recurso (celular na mão) te lembra algo? 

    Ainda nessa linha de pensamento, os diálogos e ações do filme para além das piadas é bastante enriquecedor sobre essas reflexões. Quando a Ansiedade assume o controle, as convicções da Riley (representadas em um cristal que foi construído ao longo de todos os treze anos da jovem) é jogado para o fundo da mente, vai perdendo o seu brilho e se perdendo dentro das milhares de outras memórias. Junto com isso, em paralelo, temos a Ansiedade agindo descontroladamente e repetindo frases como “eu apenas queria ajudá-la”, “só estava pensando no seu futuro”. Com a chegada da puberdade, as convicções que Riley tinha na vida foram sendo enterradas por um mar de dúvidas e experiências conturbadas.

    Com o grande desafio de manter uma sequência em grande nível de qualidade de uma produção muito amada, ‘Divertida Mente 2’ é muito além de uma simples continuação da história de Riley. Trazendo uma história ainda mais complexa e diversas reflexões sobre o mundo contemporâneo, especialmente sobre a nossa geração nos últimos anos. A produção, que estreou nos Estados Unidos uma semana antes do que no Brasil, tem tudo para ser um dos maiores sucessos da história da Pixar nas bilheterias e atrair uma grande legião de fãs para a vida de Riley.

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