qui, 12 dezembro 2024

Crítica | Dream

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O novo filme da Netflix é uma dramédia coreana que segue a história de Yoon Hong-dae, um jogar de futebol que após se envolver em um caso de agressão contra um jornalista, precisa reabilitar sua imagem para fugir do “cancelamento”, para tanto ele ajudará a treinar o time nacional de futebol que irá competir na Copa Mundial dos Sem Tetos. Nessa função, Hong-dae conhecerá uma realidade diferente da sua e precisará lidar com jogadores sem qualquer familiaridade com o esporte.

Em que pese o filme tangencie assuntos como cultura do cancelamento, esse não é o tema-chave da narrativa, o foco principal gira em torno da evolução do protagonista e como ele levará um time completamente inexperiente até um torneio de nível internacional. A dinâmica dele com os demais membros da equipe e as trocas de experiências são o ponto alto do projeto, apesar de não ser nada inovador.

O personagem principal não é nem carismático o bastante para gostarmos dele, nem badass o suficiente para ser interessante e seus dramas nunca são tão bem explorados. O ator Park Seo-jun (Parasita) faz o que pode com o texto que tem em mãos, mas é realmente difícil de se conectar com o quem deveria ser o nosso representante em tela.

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Por outro lado, a personagem Lee So-min (IU – Broker) é quem traz um pouco mais de brilho e autenticidade para a obra, é graças a ela que a maioria das cenas de comédia funcionam bem e é também ela quem torna o protagonista mais palatável. É fácil se identificar com ela, e se o filme fosse contado a partir de sua perspectiva, provavelmente teria mais a oferecer, mas como eu já disse em outros textos: é preciso julgar o filme pelo que ele é e não pelo que eu gostaria que ele fosse.

So-min é uma diretora documentarista lutando para solidificar uma carreira, sem dinheiro ou nome de peso ela é contratada pela equipe de Hong-Dae para filmar sua jornada com os sem tetos e, assim, auxilia-lo a se reconectar com o público, através de um documentário “roteirizado”. A dinâmica entre os dois é boa desde a primeira cena, a garota não tem medo de falar honestamente com o jogador e carrega consigo aquela leveza de quem não tem nada a perder.

A montagem funciona nas cenas de futebol por ser mais acelerada e combinar com a dinamicidade desse esporte, no entanto atrapalha a construção de certas cenas fora de campo e atropela momentos que pediam mais calma, como por exemplo a primeira conversa do protagonista com a sua mãe.

Entre altos e baixos a melhor forma de avaliar esse filme é como irregular, enquanto algumas cenas divertem graças a comédia que funciona, outras são entediantes, principalmente, nos momentos mais dramáticos. Apesar de algumas passagens divertidas, o ritmo não dá conta de preencher as duas horas e sete minutos de duração. No mais é apenas outro filme com uma premissa semelhante ao que já cansamos de ver outras tantas vezes, não é inovador, mas, por outro lado, erra pouco e quando erra não compromete a experiência, a ponto de torna-la insuportável.

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Raíssa Sanches
Raíssa Sancheshttp://estacaonerd.com
Formada em direito e apaixonada por cinema
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