Chega aos cinemas nacionais, É Assim que Acaba, uma das adaptações mais aguardadas do ano! Na trama, Lily Bloom (Blake Lively) é uma mulher que, após vivenciar eventos traumáticos na infância, decide começar uma vida nova em Boston e tentar abrir o próprio negócio. Como consequência dessa mudança de vida, Lily acredita que encontrou o amor verdadeiro em Ryle (Justin Baldoni), um charmoso neurocirurgião. Mas nem tudo é o que parece…
O diretor Justin Baldoni (A Cinco Passos de Você), que também atua na adaptação do livro de mesmo nome da americana Colleen Hoover, entrega um filme objetivo que tem como principal foco mostrar que às vezes, quem te ama é quem mais te machuca. Com roteiro de Christy Hall (I Am Not Okay With This), a produção nos insere na vida da protagonista mostrando seu passado turbulento e as como isso marcou o resto da sua vida. Para mostrar a vida da protagonista o roteiro opta por uma narrativa não linear, alternando presente e passado da protagonista para mostrar a sua relação com seus dois amores: Atlas e Riley. Com isso, a produção ganha pontos com a dinamicidade da história, o espectador é inserido num verdadeiro turbilhão de emoções ao acompanha a vida da protagonista.
A direção de Baldoni acerta em explorar o talento de seu elenco para criar uma história intensa. O jovem diretor usa e abusa de planos médios e nos closes nas expressões dos atores, afim de aproximar o público das dores e amores que são apresentados durante os seus 130 minutos de duração. O elenco é extremamente carismático e conquista o público com atuações que levarão os fãs a embarcar nessa montanha russa de emoções. Mesmo com uma classificação indicativa baixa, a história adaptada irá tirar alguns suspiros dos espectadores com algumas cenas calientes, mas aviso: elas são pontuais e são mais sugestivas do que explicitas, o que não é ruim, mas pode decepcionar quem esperava uma adaptação mais fiel do livro.
Por fim, a trilha sonora é um ingrediente a mais nesta produção. As canções executadas cena após cena dão autenticidade ao que vemos. Os locais retratados, os cenários e figurinos vistos são perfeitos e encantam. Além disso, o uso da luz natural cria uma fotografia linda e a direção usa disso para destacar a cidade e os ambientes.
A trama escrita por Hall explora muito das dores e passado da protagonista, construindo um arco narrativo complexo. Dos demais personagens vemos apenas nuances e explicações sobre as imperfeições de outro, o que pode atrapalhar na imersão. Além disso, a produção explora bem como um passado conturbado e uma visão distorcida sobre relacionamentos podem destruir um grande amor. A exploração de temas delicados, como abuso doméstico, relacionamentos tóxicos e superação são apresentados e explorados. A escolha da direção em apresentar os abusos cometidos de modo a gerar dúvidas no espectador é algo que traça um paralelo assustador com a vida real. Quantas vezes uma mulher que sofreu esse tipo de violência já foi desacreditada e/ou teve a versão dos fatos suavizada ou tida como exagerada pelo agressor ou até mesmo pela família?
É Assim que Acaba é um filme envolvente, que explora temas delicados afim de fazer o espectador refletir sobre o amor, a dor e a importância de seguir em frente.