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    Crítica | Eike – Tudo ou Nada

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    Eike Fuhrken Batista da Silva, tão conhecido somente por Eike Batista, já foi o sétimo homem mais ricos do mundo. Hoje, a sua ruína é uma marca de um escândalo que estampou as manchetes de todo o país. A cinebiografia Eike – Tudo Ou Nada, estrelada por Nelson Freitas (Socorro! Virei uma Garota), Carol Castro (Insânia), Marcelo Valle (Meu Passado Me Condena), Bukassa Kabengele (Pacificado), Juliana Alves (Correndo Atrás), Jonas Bloch (Amarelo Manga) e André Mattos (Tropa de Elite 2), promete acompanhar um breve – mas intenso – período da vida do ex-bilionário.

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    Eike – Tudo Ou Nada é uma produção nacional que tem uma proposta ousada: mostrar ao espectador quem de fato foi Eike Batista. Ao retratar a vida do empresário a direção da dupla Dida Andrade (30 Anos Blues) e Andradina Azevedo (Velha Roupa Colorida) opta por mostrar o caminho traçado por Batista a partir do momento que ele chegou a ser considerado a sétima pessoa mais rica do mundo, com fortuna avaliada em US$ 34,5 bilhões; até ao fundo do poço, quando ele foi preso.

    O problema da trama é o tom que a produção decide usar. Eike é representado de modo conflitante em sua jornada. Em alguns momentos ele é um empresário obstinado, decidido e sagaz em suas ações, que são arriscadas; porém o mesmo personagem possui momentos em que é completamente ingênuo, principalmente nas que o levaram a ruína. Isso é algo que não combina com a narrativa apresentada e mais confunde o espectador do que qualquer outra coisa. Assim, Eike acaba sendo apresentado como uma vítima das circunstâncias que foram criadas por ele.

    Aliado a isso ainda temos um roteiro que foca muito tempo em mostrar diversos assuntos da história brasileira por um ponto de vista que não apresenta nenhuma reflexão, sendo essas situações mostradas de forma simplória sobre o que aconteceu no país. Questões sobre a Operação Lava Jato, a condenação por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado, são apresentadas de modo simples e sem importância, ou, em alguns pontos, apenas ignorados na narrativa.

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    De positivo nesta produção temos o elenco que consegue servir como escada para que Nelson Freitas brilhe ao construir uma versão megalomaníaca do empresário. Além dele, Carol Castro brilha em sua participação e merece destaque ao encarnar Luma de Oliveira em uma cena distópica e quase que premonitória. Outros destaques são Xando Graça e Marcelo Valle que vivem personagens que são fundamentais para a história.

    Se a direção e roteiro vacilam em alguns momentos, o mesmo não se pode falar da fotografia e do design de produção que são muito bem elaborados e feitos com esmeros por todos os envolvidos. A narrativa dinâmica da abertura da trama, infelizmente, não segue por todo o filme, algo que é uma pena, pois, o jeito debochado e irônico com que os fatos são apresentados faria muito bem ao filme.

    Eike – Tudo Ou Nada é uma cinebiografia que frusta o espectador ao optar por vitimizar todas as ações de Eike Bastista. Entre fatos e suavizações feitas pelo texto e pela direção, a construção da persona de quem foi Eike Batista é confusa e, infelizmente, soa falsa.

    Eike – Tudo Ou Nada estreia nos cinemas em 22 de Setembro.

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