sáb, 7 setembro 2024

Crítica | Ele é Demais

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Ele é Demais é uma releitura da comédia clássica de 1999, Ela é Demais. As tramas são praticamente idênticas. Em Ela é Demais, Zack Siler (Freddie Prinze Jr. – Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado) leva um pé na bunda da namorada, Taylor (Jodi Lyn O’Keefe – Correndo Atrás) e aposta que consegue transformar qualquer aluna na garota mais popular da escola a ponto de se tornar a rainha do baile. A escolhida é a desajeitada Laney Boggs, interpretada pela atriz Rachael Leigh Cook que também está presente no remake, vivendo a mãe da garota mais popular da escola.

Em Ele é Demais, há uma troca de gênero e são incluídos elementos mais modernos para contextualizar a história nos dias atuais. Padgett Sawyr (Addison Rae – tiktoker) é uma influencer que é humilhada na frente de todos ao descobrir a traição do namorado, então aposta com a colega que é capaz de transformar o Cameron Kweller (Tanner Buchanan – Cobra Kai) em rei do baile.

HE’S ALL THAT (L to R) TANNER BUCHANAN as CAMERON KWELLER and ADDISON RAE as PADGETT SAWYER in HE’S ALL THAT. Cr. KEVIN ESTRADA/NETFLIX © 2021

Por se tratar de um remake, ou uma leitura de um filme, precisamos analisar o filme original.

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O filme clássico é rodeado de polêmicas, há quem diga que o filme não envelheceu bem por causa de piadas machistas, gordofóbicas e fúteis. Mas apesar disso, o filme de 1999 era um crítica a essa casta da sociedade que se sente “superiora”. Apesar de ser uma comédia romântica adolescente, há uma série de diálogos críticos e o filme é responsável por boa parte dos clichês que vemos hoje. Uma das coisas que merece ser destacada em Ela é Demais é a edição, que brinca com as transições e os flashbacks.

O que vemos em Ele é Demais é algo muito mais padrão, mesmo sabendo que boa parte desse padrão foi criado justamente pelo clássico, fica a impressão de que o filme poderia ter feito muito mais. 

HE’S ALL THAT (L to R) TANNER BUCHANAN as CAMERON KWELLER and ADDISON RAE as PADGETT SAWYER in HE’S ALL THAT. Cr. KEVIN ESTRADA/NETFLIX © 2021

A trama é essencialmente a mesma, mas o novo filme traz vários elementos que se aproximam mais dessa nova geração, abordando principalmente o fato das coisas serem diferentes fora das redes sociais. A premissa é simples e já vimos anteriormente como no filme Modo Avião, que é nacional mas não podemos nos esquecer de que também é original Netflix e ficou no “Top Mais Vistos” mundial. 

Ele é Demais consegue passar a borracha em problemas do clássico, mas acaba caindo em outros erros. Amizades tóxicas são um desafio real na vida dos adolescentes e o longa dá bastante importância a essa questão. Porém ficou a impressão de rivalidade feminina que já estamos cansados de ver em filmes teen. 

HE’S ALL THAT (L to R) MADISON PETTIS as ALDEN, MYRA MOLLOY as QUINN and ADDISON RAE as PADGETT SAWYER in HE’S ALL THAT. Cr. KEVIN ESTRADA/NETFLIX © 2021

Há várias participações especiais no longa, duas delas sendo os atores do filme de 1999, a atriz Rachael Leigh Cook, que era a co-protagonista e agora é a mãe da protagonista, e o ator Matthew Lillard, o “boy lixo” que tirou a Taylor do Zach, e agora é o diretor da escola. E também a empresária / socialite Kourtney Kardashian que faz uma pontinha no filme.

Addison convence como Padgett, ela realmente transmite a doçura que a personagem dela exige. Já o Tanner não convence como o garoto revoltado, no primeiro ato suas atitudes são muito forçadas, quando o personagem vai se entregando à influencer, é que o Tanner se encaixa mais com o papel. 

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Interessante que o filme trouxe mais representatividade, com atores não-brancos em papeis de destaque, uma mãe solo e um romance lésbico. É muito gostoso ver esse tipo de representatividade nos filmes teen de hoje, afinal a nossa sociedade é muito diversa, e deve ser retratada como tal. 

HE’S ALL THAT (L to R) ANNIE JACOB as NISHA, ISABELLA CROVETTI as BRIN KWELLER and ADDISON RAE as PADGETT SAWYER in HE’S ALL THAT. Cr. KEVIN ESTRADA/NETFLIX © 2021

Há algumas referências ao filme clássico, como a dança do baile, que alavancou ainda mais o hit “Rockafeller Skank” do DJ Fatboy Slim, mas em Ele é Demais a trilha sonora não é nada cativante e acaba sendo só mais uma batalha de dança, assim como várias outras que já vimos no cinema. Senti falta de uma edição mais autêntica como o clássico. O remake se mantém muito nos padrões atuais de fotografia, planos, ângulos, etc.

No geral, Ele é Demais é um filme divertido, com uma premissa muito atual que entrega o que se propõe. Quem não viu Ela é Demais não vai ter problemas em absorver a história, e quem viu e gosta do filme clássico de 1999 vai sentir muita nostalgia. 

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Bruna Carvalho
Bruna Carvalhohttp://estacaonerd.com
Ainda esperando minha carta de Hogwarts, mesmo sabendo que a resposta é 42. Desejo vida longa e próspera e que a força esteja com vocês!
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