sáb, 4 maio 2024

Crítica | Elis e Tom: Só Tinha de Ser com Você

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Elis e Tom: Só Tinha de Ser com Você trata-se de uma celebração dessas duas grandes figuras da música popular brasileira. É um trabalho soberbo quanto a restauração em 4K de filmagens antigas desse processo criativo a frente do famoso disco. É um filme que inicialmente se interessa em deixar um panorama geral da situação de cada um para chegar naquele momento importante, ele estabelece com um grau introdutório para o público da nova geração ter a dimensão da importância e impacto que os dois deixaram para a cultura brasileira. Isso fica claro desde as diversas filmagens dos dois ao redor do mundo, destacando o grau internacional que os dois possuíam- principalmente Tom Jobim, com apresentações ao lado de personalidades como Frank Sinatra e Gerry Mulligan.
É um documentário preocupado com o retrato do evento ocorrido, ele não faz questão de construir uma narrativa com o processo de realização do disco. Ele usa justamente entrevistas com amigos, familiares e colaboradores do projeto para enfatizar mais a genialidade e ambição de ambos. Isso acaba que sendo problemático em alguns momentos devido essa repetição de elogios. É uma volta bastante recorrente do filme, ele mostra uma filmagem antiga de trabalho entre os dois e algum parente ou amigo elogiando, e isso acontece muitas vezes durante os 90 minutos, acaba mais atrapalhando do que agregando.

Cena do documentário musical Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você | Divulgação/O2 Play

Um filme bem seguro sobre o que ele quer abordar, é realmente um celebração da criação de uma obra prima da música. E ele até tem uns leves momentos de questionamento ou criação de conflito, um momento interessante é sabermos que o disco inicialmente era focado na Elis com participação especial de Tom, mas com o crescente envolvimento do artista e aos poucos se impondo no projeto- acabou que virou realmente um dueto no final.

No final das contas, é um filme agradável de se acompanhar. Mesmo que pareça um pouco enrolado em alguns momentos – devido essa reunião gigante de imagens dos dois cantando em apresentações que não agregam para a história em si, é bonito ver os bastidores do disco, são arquivos realmente preciosos para nossa cultura. Existe a escolha de não se aprofundar nos conflitos e problemas de cada um, especialmente de Tom- que demonstrava alguns comportamentos manipuladores e até passivo-agressivos, mas no quesito celebração de uma colaboração por esse momento emblemático, ele faz muito bem.

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