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Início Críticas Crítica | Elite (5ª temporada)

    Crítica | Elite (5ª temporada)

    Netflix/ Divulgação
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    Originalmente, a premissa da série era: três jovens amigos (Samuel, Nadia e Christian) recebem bolsas de estudo de uma construtora depois de um colapso ter danificado a escola deles devido a obras mal feitas. Sua nova escola é Las Encinas, um instituto de prestígio na Espanha, onde as pessoas de elite do país enviam seus filhos para estudar – ponto em que víamos uma construção da ideia de ricos e pobres. Como uma boa série teen, o drama e os choques são essenciais, já que o público adora assistir tretas de pessoas com um total de zero problemas. O enredo tem duas linhas de tempo, a dos interrogatórios policiais, e a outra que mostra as histórias das relações dos personagens que levaram ao assassinato da garota.

    Já na segunda temporada, tem-se as consequências um ano depois dos eventos da primeira. Samuel não aceita a prisão de seu irmão e passa a desconfiar que o verdadeiro assassino está solto. Enquanto isso, três novos alunos (Valerio, Rebeka e Cayetana) ingressam na escola, cada um ccom seus próprios segredos. Eles fazem amizade com os alunos de sua classe enquanto Samuel continua com o plano de limpar o nome de Nano (seu irmão).

    Netflix/ Divulgação

    Na terceira temporada (ponto em que a série deveria ter terminado), vemos cada aluno se preparando para tomar seu rumo fora da instituição de Las Encinas.

    Já cansativa, a quarta temporada traz o novo diretor da escola, mais rigoroso e severo. Junto a ele, a vinda dos seus filhos para o colégio, Ari, Patrick e Mencía, além da a chegada de Philippe, um príncipe da sociedade franco-espanhola que se relaciona com Cayetana. Um mistério surge nessa temporada sobre o afogamento de Ari, que fica entre a vida e a morte. Novamente, um enigma que usa dos mesmos métodos que as outras temporadas.

    Quando vemos os alunos de Las Encinas pela última vez, Guzmán, Samuel e Rebeka se uniam para esconder o corpo de Armando (um ex-aluno que mantinha relações sexuais com menores, entre elas, Mencía) depois que Guzmán o matou acidentalmente. Num momento de desespero, os amigos amarraram uma âncora em Armando e o empurraram no lago. Quando seu cadáver aparece no meio de uma festa no Lake Club, isso cria caos para todos.

    Infelizmente, muitos membros do elenco principal saíram na quarta temporada – incluindo Miguel Bernardeau (Guzmán), Mina El Hammani (Nadia) e Áron Piper (Ander) – , o que fez a série perder os personagens favoritos dos fãs.

    Netflix/ Divulgação

    Em sua quinta temporada, Elite continua apresentando novos personagens, numa tentativa de preencher o vazio deixado pelas figuras originais da série,  forçando novos romances que não vão a lugar nenhum, dramas sem sentido e novos/velhos mistérios. Como eu disse nos parágrafos anteriores, os mistérios podem até ser vistos como “novos”, mas a fórmula é velha. Algo que vemos desde a primeira temporada. Os episódios de abertura sempre começam com a cena de uma pessoa, possivelmente, assassinada por alguém da escola, seguido de algum dos protagonistas numa delegacia negando o feito.

    Nem tudo é ruim, os romances sustentam essencialmente toda a série e está claro que nessa temporada, o mistério é mais uma reflexão tardia do que uma parte genuinamente emocionante da série. Recapitulando todos os oitos episódios da série, não há momentos memoráveis ​​além do relacionamento/triângulo amoroso entre Patrick, Iván e Cruz. Além disso, tudo aqui parece indiferente. Elite mantém sua fama, aumentando a dose de homoerotismo mais por exploração do que por necessidade dramática.

    O enredo da primeira temporada foi se transformando. A trama do mistério foi diminuindo ao longo dos episódios e houve o aumento excessivo de sequências de sexo quase explícito. As relações heterossexuais são retratadas sempre com mulheres sendo abusadas e violentadas. Há na temporada, mais do que em qualquer outra, uma visão de objetificação do corpo feminino que não deveria mais a essa altura ser tratada com tamanha naturalidade. A série não trata, em nenhum momento, da inconsequência juvenil. Concluímos que o sexo é usado como encosto para que ela continue sendo uma das mais vistas da plataforma.

    O novo triângulo amoroso

    A surpresa da temporada é Iván (André Lamoglia), um jovem que se torna instantaneamente um interesse romântico de Patrick. Iván é filho de um jogador de futebol famoso e fora do padrão. Patrick tem interesse tanto no Iván como no seu pai. Tudo fica mais intenso quando temos atores fortes e que aparentam ser mais velhos do que os personagens. André Lamoglia, além de falar muito bem português, carrega um carisma considerável.

    Com esgotamento de criatividade, Elite coloca personagens veteranos e novatos para vivenciar os mesmos dramas já explorados à exaustão nas temporadas anteriores e, portanto, sofre para encontrar uma boa nova história. A sexta temporada (já confirmada) deverá chegar cansada, sem surpresas, objetificando os relacionamentos homoafetivos e sem criatividade.

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