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    Crítica | Emily

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    Quando nos referimos a protagonistas, sempre pensamos na mesma imagem de heróis imaculados, pessoas sem defeitos com grandes qualidades, gênios brilhantes. Pessoas geralmente completamente romantizadas para serem agradáveis e ganharem a simpatia do público geral. Mas como biografia, Emily realiza o seu intuito de nos aprofundar na verdade por trás de uma das mais brilhantes mentes da literatura inglesa.

    A produção conta a história de Emily Brontë, o grande nome por trás de “O Morro dos Ventos Uivantes”, um clássico mundialmente conhecido. Emily é uma jovem fora dos padrões, considerada por muitos “estranha” por suas opiniões e ações que geram polêmicas. Em meio a sua missão de encontrar o seu rumo na vida se recusando a viver o que esperam delas, vivendo um amor cativante e proibido com Weightman.

    Conhecer a história de Emily com certeza é conhecer parte do porque “O morro dos ventos uivantes” ser o que é. Uma obra com personagens intrigantes que foi fruto de uma visão completamente nada convencional do mundo, visão essa que Emily nunca fez questão de esconder. A primeira coisa e talvez a que mais mereça destaque quanto a produção do filme é a atuação impecável de Emma Mackey. Em cada micro expressão facial é perceptível a entrega à personagem e a fazer jus ao seu nome. Emma dá uma aula de dramaticidade e competência em atuação de forma simples e singela em cada cena em tela. Assim como Emma, a escolha do resto do elenco foi suficientemente boa para despertar as emoções do público através de características singulares e indescritíveis que te envolvem na história. 

    Devemos nos atentar a como o filme, coincidentemente assim como o livro de Emily, não nos traz Emily como um ser romantizado. Desde o início fica claro como Emily era desajustada, fora dos padrões, considerada por todas como a “estranha”. Além disso, ficam claras todas as atitudes e características de Emily, tanto positivas quanto negativas. Ao mesmo tempo que o filme realça sua genialidade, também evidencia a sua falta de habilidades sociais, seu leve egocentrismo e sua rebeldia.

    A direção de arte do filme é impecável e nos transporta diretamente ao século XIX, desde figurinos e cenários até os mínimos detalhes quase imperceptíveis. Emily é um filme tanto para os fãs da obras, quanto para aqueles que não conhecem, e com certeza após essa experiência vão despertar o interesse em conhecer. 

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