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    Crítica | Encanto

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    No dicionário Família é definido como “um grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto e que pode possuir, ou não, alguma ancestralidade em comum”. Essa é quase a mesma definição que é apresentada em Encanto, nova animação da Disney, que estreia hoje (24) no Disney+. A animação conta a história dos Madrigal, uma família extraordinária que vive escondida nas montanhas da Colômbia, em uma casa mágica, em uma cidade vibrante, em um lugar maravilhoso conhecido como um Encanto. A magia deste local abençoou todos os meninos e meninas da família com um dom único, desde superforça até o poder de curar. Todos, exceto Mirabel. Mas, quando ela descobre que a magia que cerca o Encanto está em perigo, Mirabel decide que ela, a única Madrigal sem poderes mágicos, pode ser a última esperança de sua família excepcional.

    Disney/Divulgação

    A Disney é conhecida mundialmente por produzir animações focadas em contos de fadas. Para 2021, o estúdio resolveu “abandonar” essa temática que envolvem reis, rainhas e princesas a apostar suas fichas em uma história sobre uma família latina (família colombiana, sendo mais exato) e o resultado é bom, numa história que demora a engrenar. Por não ser comum o estúdio abordar tal tema, a produção tem dificuldade em definir o foco de sua história que conta com a direção da “inexperiente” dupla de diretores: Byron Howard (co-diretor de Zootopia) e do estreante em direção Jared Bush (roteirista de Moana). Tecnicamente o filme segue o padrão Disney/Pixar sendo uma obra impecável visualmente. As cores, texturas, ambientes e personagens são criados de um modo que em alguns momentos parece que estamos vendo um live-action e não uma animação. A fotografia é vivida e a paleta de cores é deslumbrante. Outro destaque são as canções apresentadas no filme: TODOS os shows surgem de modo bastante orgânico na narrativa e as canções de Lin-Manuel Miranda (Tick,Tick… Boom!) são tão vibrantes quanto a fotografia. De todas as músicas, o grande destaque é “Dos Oruguitas” que deve ser indicada ao Oscar 2022 na categoria melhor canção original.

    O problema de Encanto segue no desenvolvimento de seu roteiro que é focado em mostrar a imperfeição de uma dinâmica familiar que se baseia numa forte tradição de valores. Questões como o peso de carregar um legado e aceitar as diferenças são abordadas, mas demoram a emplacar. Parte disso, se deve a ausência de um antagonista na história – não que isso seja um problema – mas a indefinição de quem é o antagonista, faz o espectador “dar esse cargo a outros personagens” que não são vilões, mas sim pessoas que possuem pontos de vista diferentes sobre o tema abordado. Essa confusão, não deve atrapalhar a diversão, mas pode fazer alguns perderem o interesse pela história.

    Outro ponto negativo da aventura é que ela emplaca, apenas no segundo ato com a entrada de um personagem que deixou a família. Esse personagem em questão funciona muito bem como uma crítica ao fato de muitas famílias não entenderem que é preciso encarar a realidade, ao invés de seguir tradições que não trazem benefícios a nenhum dos envolvidos. Todos os personagens são apresentados como pessoas falhas e que possuem imperfeições. Essas características são apresentadas durante a narrativa e a mensagem da aceitação dessas diferenças e da importância da família é uma mensagem final muito bonita e bem desenvolvida. Pena que o último ato deixe um pouco a desejar, pois todas as diferenças que são apresentadas na história são superadas quase que em um passe de mágica no fim, o que quebra um pouco o ritmo até então instaurado na trama.

    Encanto é um filme que cumpre seu papel de entreter e possui uma interessante mensagem final, que mostra que família é muito mais do laços sanguíneos e tradições. Apesar de algumas falhas, a obra deve fazer a alegria da família. Junte todos e confira o filme no streaming.

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