qua, 8 maio 2024

Crítica | Encontros (2021)

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O diretor Hong Sang-soo tem ganhado bastante renome com o passar dos anos, muito devido a sua qualidade apresentada em seus longos, mas também a quantidade, muitas vezes lançando dois filmes por ano. Com projetos relativamente “inofensivos”, que não apresentam o tipo de linguagem mais esperada pelo grande público, apesar disso, são verdadeiros retratos do cotidiano, desde gestos, escolhas, até palavras. Em Encontros, a escolha é diretamente para o fracasso social, as inseguranças e dificuldades (principalmente dos jovens) no meio que convivem.

Dividido em três partes, o filme retrata a jornada de um jovem sul-coreano que viaja da Coreia do Sul para Berlim, na Alemanha, visitando pessoas importantes de sua vida durante o percurso. Entre encontros e desencontros sentimentais, ele busca falar com o pai e a mãe, até chegar em Berlim para fazer uma surpresa para a namorada. É uma obra bastante vaga, a sinopse é mais uma simplificação do estudo proposto pelo diretor, ele rompe o desenvolvimento narrativo comum, apesar da divisão em capítulos, os encontros propostos durante o longa ocorrem de maneira bem aleatória e sem qualquer linearidade. Isso pode ser um incomodo para grande parte do público, buscando uma abordagem mais lógica do conhecido cinema. Mas na verdade é um convite honesto sobre viver o presente.

É um filme semelhante com outras obras do diretor. Longas pausas, contemplações, os pequenos gestos, os olhares, o zoom in característico do diretor. As conversas despretensiosas que revelam o pouco de cada personagem, desde frustrações, amores e desejos. Somos presenteados com doces eventos banais da vida, desde a dificuldade da relação entre pais e filhos, inseguranças ao futuro, conselhos de pessoas mais velhas que transitam entre a frustração e nostalgia para os jovens. São barreiras e barreiras que cada pessoa apresenta, a semelhança é algo muito notório em obras do diretor, novamente, é um estudo de personagem.

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É um conforto acompanhar Encontros, mesmo com uma linguagem mais fora do padrão, as passagens apresentadas trazem muita reflexão para o telespectador. Apesar de não chegar perto de seus principais trabalhos, é um doce convite para um retrato da vida. É mais uma prova da eficiência de seus projetos, trabalhando muito com tão pouco. Hong Sang- soo usa o mais puro e simples cinema para mostrar as aleatoriedades da vida e graças ao talento da direção, texto e atores- conseguem transportar uma realidade cheia de sentimento.

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