Asa Butterfield (Sex Education), Iola Evans (The 100) e Eddie Marsan (Sherlock Holmes) estrelam o novo terror da Netflix Escolha ou Morra. A premissa da nova aposta do streaming é a história de uma estudante falida que busca um prêmio de US$ 100.000 em um jogo obscuro de computador dos anos 80. Depois de achar esse jogo retrô, a jovem programadora desencadeia uma maldição oculta que destrói a realidade, forçando-a a tomar decisões terríveis e enfrentar consequências mortais.
A fonte na qual a produção dirigida por Toby Meakins (Breathe) se inspira é, interessante. Um jogo que, assim como Escape Room, Cubo, Jogos Mortais e outras produções do terror, força uma pessoa a cometer ato absurdos em prol da sua sobrevivência é uma temática que geralmente funciona no cinema. O que esses filmes tem em comum são: uma trama que faz o espectador se importar com os jogadores, afinal eles são vítimas de alguém com um plano nefasto. As armadilhas ou atos cometidos que são violentos e também atraem a curiosidade de quem assiste e por fim, a dinâmica do jogo, que quando bem elaborada, faz com que quem assiste a produção entre de cabeça na trama e se divirta ou se apavore com o filme. Infelizmente, Escolha ou Morra não possui nenhuma dessas qualidades e para piorar a direção de Meakins é tenebrosa (no pior sentido possível da palavra).
O roteiro assinado por Simon Allen (The Watch) é péssimo, e tem grande culpa no resultado final! Não temos um personagem bem elaborado e com quem nos importemos, verdadeiramente, durante toda exibição do filme. Além disso, os diálogos são rasos e a trama que deveria ser complexa é apenas superficial e nem faz muito sentido no fim. Nem as regras do jogo são bem estabelecidas ou apresentadas. As escolhas que a protagonista precisa fazer não afetam a ela diretamente e nem incluem pessoas que ela conheça ou se importe, na maior parte do jogo. Além de que nunca ficar claro qual é a dinâmica real: o jogo se baseia em escolhas ou é uma revitalizações de games dos anos 80? A cena final é bem desenvolvida e dá alguma aflição, mas os demais acontecimentos vistos são tolos e nem são tão violentos se apoiando muito na imaginação do espectador. Os dilemas enfrentados pela protagonista poderiam ser refletidos no game, criando uma interessante conexão entre o real e imaginário, mas nada disso acontece é a trama se torna confusa e pra lá de entediante com o passar do tempo.
Os personagens do filme são descartáveis e suas tramas não emplacam. Asa Butterfield é desperdiçado pelas escolhas que o roteiro desenvolve para o arco de seu personagem. Iola Evans tenta carregar a trama nas costas, mas não consegue. A participação de Robert Englund (A Hora do Pesadelo) é uma piada. Ninguém se salva nessa produção de baixo orçamento que foi feita com as primeiras ideias apresentadas pelos idealizadores do projeto.
Escolha ou Morra deveria se chamar Escolha Assistir e Morra de Tédio. Essa é mais uma produção esquecível do imenso catálogo da Netflix. Qual mensagem ou lição de moral a obra quis trazer à tona é um mistério mais interessante do que essa trama de terror que não assusta e nem entretém.