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    Crítica | Fale Comigo

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    De tempos em tempos, o cinema de terror nos surpreende com alguma produção que surge e se torna memorável. Essa produção que marca uma geração, consegue se sobressair em relação às demais, por conseguir provocar no espectador um pavor genuíno, uma repulsa sem tamanho e deixar o mesmo horrorizado com o que está vendo em tela. O ano de 2023 já tem o filme que possui todas essas qualidades e irá ocupar esse posto: Fale Comigo. A produção australiana, conta a história de um grupo de amigos que descobre uma mão embalsamada que lhes permite conjurar espíritos. Viciado na emoção, um deles vai longe demais e abre a porta para o mundo espiritual.

    A direção dos estreantes Danny e Michael Philippou consegue impactar na primeira cena do longa, ao apresentar um lindo plano sequência numa festa. A cena cria um ambiente envolvente e pra lá de assustador. O começo da trama é tímido e o terror das situações vai crescendo gradativamente junto com a angústia e desconforto, enquanto envolve o espectador em uma tensão que nunca diminui e que só piora (no melhor sentido da palavra). O primeiro ato é dedicado em apresentar os personagens, suas motivações para participar do jogo e as suas relações. A produção consegue abordar temas como drogas, redes sociais e o luto, de modo ágil e com muita dinamicidade, apresentando críticas aos dois primeiros temas e mostrando como o trauma de uma perda pode destruir uma pessoa.

    As regras do jogo possessivo são apresentadas de modo objetivo e são seguidas até o fim, algo raro neste gênero que na maioria das vezes escanteia suas regras para apresentar soluções mirabolantes ou reviravoltas fora da caixinha. Isso aqui, não acontece, pois o roteiro não quer abordar as origens da mão misteriosa e muito menos abordar como resolver o problema criado pelo jogo. O foco aqui é nas consequências que essa brincadeira diabólica trará para a vida dos jovens. E acreditem elas são aterradoras e pra lá de brutais.

    Por ter um roteiro sólido e uma ótima construção de personagens principais, a história consegue fazer o espectador se importar com aqueles jovens e fica impossível não torce por eles, pois eles aqui são apresentados como jovens inconsequentes e não como “aborrecentes”, algo que ajuda. Mas o que mais chama a atenção é o elenco, que é ótimo e que tem como principal destaque a atuação de Sophia Wilde (O Portal Secreto) que brilha no papel, contagiando o espectador com sua alegria e que com o tempo dá lugar a um mix de emoções que a tornam uma pessoa sombria. Uma atuação excelente!

    O segundo ato deixa de lado, a agitação, brincadeiras e toda a empolgação dos jovens para adentar no mais puro gore. A produção aposta em efeitos práticos e em uma maquiagem realista, que merece uma indicação ao Oscar 2024. São deformidades, lacerações e mutilações muito realistas e que vão embrulhar o estômago dos mais fracos. Os ferimentos apresentados numa determinada cena, são de dar calafrios e chocar pela intensidade. O design de som ajuda a trama a se tornar mais aterrorizante do que é, sem ficar dando aqueles conhecidos graves para assustar. O foco do filme é mostrar situações que vão deixar o público horrorizado, por serem muito reais. O que pode desagradar alguns nesse filme, é que fica a sensação de que ele poderia ser mais violento do que é. Além de ficar visível, que em alguns momentos os realizadores se seguraram. Mas o que é apresentado é ótimo e deve agradar em cheio aos fãs de terror.

    Fale Comigo é um filme cruel! Brutal! E principalmente criativo! A produção irá agradar aos fãs do gênero de terror e os fãs de cinema, em geral. Que o próximo trabalho dos diretores Danny e Michael Philippou chegue logo aos cinemas. Com esse filme, eles já deixaram uma ótima marca na história do cinema.

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    ANÁLISE GERAL
    NOTA
    Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: hiccaro.rodrigues@estacaonerd.com
    critica-fale-comigo De tempos em tempos, o cinema de terror nos surpreende com alguma produção que surge e se torna memorável. Essa produção que marca uma geração, consegue se sobressair em relação às demais, por conseguir provocar no espectador um pavor genuíno, uma repulsa sem tamanho...
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