qui, 26 dezembro 2024

Crítica | Festa da Salsicha – Comilândia

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A premissa imaginativa de dar consciência para todo o tipo de alimento, fazendo com que elas falassem palavrões e… participassem de orgias… é uma ideia definitivamente pouco ordinária para uma animação. No entanto, em Festa da Salsicha, filme de 2016, essa comédia adulta existiu. Embora não fosse uma grande coisa, era pelo menos no mínimo curioso, uma narrativa vulgar e ultrajante, que para o pior e pro melhor, sem medo de provocar. E agora, para o pior, o longa ganhou uma sequência na forma mais decepcionante: uma série de oito episódios para o Prime Video que simplesmente recicla o mesmo material desgastado do filme, acrescentando pouco à fórmula.

Logo após o final do filme anterior, “Festa da Salsicha: Comilândia” mostra os habitantes culinários de um Supermercado travando uma guerra devastadora contra a humanidade pelo crime de mastigá-los e transformá-los em comida. Quando a poeira baixa, a comida é vitoriosa; quase toda a humanidade foi erradicada, a série então recria a cena de orgia caótica que acontece no fim do longa. Infelizmente eles são pegos de surpresa pela chuva, então quando a água caindo do céu derrete, dissolve e mata uma parte significativa da população dos alimentos, os heróis da série Frank e Brenda partem em busca de humanos sobreviventes para que alguém possa explicar de onde veio toda essa água ou, pelo menos, consertar o telhado do decadente mercado para que a água não os mate de dentro para fora.

A premissa é idiota, agravada pelo formato de “Comilândia”: Parece que o roteiro de uma sequência teatral foi estendido para oito episódios de vinte minutos, cada um mais monótono e forçado que o anterior. A série acaba apelando para piadas rápidas e furiosas, cada uma causando mais dor no seu cérebro. O enredo, girando em torno da animação propositalmente desagradável do show, eventualmente se coalesce em alegorias minimamente espertas (há um político laranja mentiroso chamado Julius introduzindo o capitalismo no paraíso de Comilândia!) e nas tentativas de Frank e Brenda de se comunicar com um humano perdido que talvez possa resolver seus problemas humanos. Mas esses desenvolvimentos parecem artificiais, apenas pretextos para chegar à próxima piada com comida ou hit de rock clássico com letras substituídas por trocadilhos dolorosos com comida. 

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Comilândia é extremamente estúpido, e de forma consciente e piscando para o espectador. Mas essa autoconsciência não salva a série da narrativa cansativa e esticada onde os únicos pontos positivos são a premissa do longa original. É um sistema de entrega para alguns dos piores trocadilhos com comida que você já ouviu ou viu, entregues através de um estilo visual irritante e um elenco de atores que parecem estar lá mais para uma diversão fetichista.

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