Mike Schmidt, um guarda de segurança na pior, decide arranjar emprego em uma pizzaria local. Porém, após fazer uma descoberta terrível sobre os animatrônicos do local, Mike é forçado a sobreviver e encarar o passado. Essa é a sinopse de Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim, filme de terror baseado na franquia de jogos de mesmo nome.
O jogo consiste em sobreviver a cinco noites na pizzaria Freddy’s Fazbear Pizza. Jogabilidade simples e objetivo mais simples ainda. A construção da tensão e dos jumpscare e muito bem articulada nos seis jogos da franquia e poderia ser incorporada ou replicada no filme. Mas infelizmente, isso não acontece. Os realizadores tiveram outras ideias para a produção, que usa muito pouco da essência da franquia para construir sua trama. O resultado das inovações apresentadas é tedioso, enfadonho e quando tenta apresentar alguma reviravolta, ela é pra lá de óbvia. O que deve frustrar os fãs do gênero e do game. O roteiro escrito pelo trio Seth Cuddeback (Kelp), Scott Cawthon (The Night Shift) e Emma Tammi (Blood Moon) tenta, inicialmente, desenvolver um survival horror que é abandonado antes do fim do primeiro ato para focar sua atenção em um mistério com toques de elementos sobrenaturais, tudo isso acontece em meio a um drama que envolve a dupla protagonista. Pra piorar, a direção de Tammi, não consegue desenvolver bem nenhum dos temas apresentados pelo texto e nem os personagens da história. O drama não comove, o mistério não causa interesse e no quesito terror os sustos são previsíveis e pra lá de espaçados. A violência dos ataques dos animatrônicos, que poderia ser um diferencial é limpa, muito por culpa da classificação indicativa. Tudo isso faz do filme uma produção de poucas qualidades.
O elenco cumpre o que se pede e no quesito atuação os atores adultos estão de pé de igualdade com os robôs (vazios de sentimentos e no piloto automático). Josh Hutcherson (Jogos Vorazes) vive pela centésima vez um jovem com problemas que está em apuros, Matthew Lillard (Pânico) é completamente desperdiçado no filme, junto com Elizabeth Lail (Você) que serve apenas para guiar o espectador pelos “mistérios” da trama. O destaque é Grant Feely (The Movers) que mesmo com poucas cenas consegue soar sinistro quando tem espaço.
O uso de animatrônicos reais e os seus visuais, são definitivamente os pontos altos dessa produção que carece de tensão e cenas marcantes. O ambiente onde a trama acontece lembra bastante o visto nos games da franquia e no cenário é perceptível a dedicação dos artistas em criar algo memorável. Diversos personagens da franquia podem ser vistos na forma de easter-eggs, além disso, alguns movimentos de câmera muito rápidos emulam um pouco do game.
Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim é uma produção maçante, que não aproveita bem o material no qual é inspirado, apresentando uma produção que não assusta e muito menos entretém. Para sentir medo e se divertir prefira revisitar os jogos da franquia.
Ps. O filme possui uma cena pós-crédito.