seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Força Bruta: Sem Saída

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Nas últimas décadas, o cinema sul-coreano tem estado em maior evidência, principalmente com o surgimento de diretores como Bong Joon-ho e a vitória de ‘Parasita’ (2019) no Oscar. O cinema sul-coreano formou uma grande público interno e com uma indústria cada vez maior, fazendo com que surgissem novos filmes e até franquias. Foi o caso de ‘Força Bruta’, que agora ganha mais um capítulo e já tem confirmado a continuação até o quinto filme. O longa é uma continuação do filme ‘Cidade do Crime’ (2017), dirigido por Kang Yun-sung, que foi um sucesso no país de origem, fazendo mais de $50 milhões de dólares de bilheteria nos cinemas sul-coreanos. O filme teve uma continuação em 2022 com ‘Força Bruta’, dirigido por Lee Sang-yong que também teve um resultado estrondoso de bilheteria, atingindo os $100 milhões de dólares mundialmente, com a maior parte sendo no país de origem. Com tamanho sucesso, uma continuação era iminente, com a franquia já tendo até um quinto filme confirmado.

Protagonizado pelo ator da Marvel Dong-seok Ma, conhecido como Don Lee, o filme mantém a base dos anteriores com uma nova história investigativa se tratando de um caso de assassinato que o leva a descobrir uma operação de tráfico de drogas que chega até a envolver a Yakuza. O grande desafio é quando o conflito envolve até o líder do Departamento de Drogas da própria delegacia, Joo Seong-Cheol (interpretado por Lee Jun-hyuk).

Em comparação com o filme anterior, ‘Força Bruta’ (2022), o diretor conseguiu encontrar mais maturidade nas suas ideias e principalmente na técnica. A impressão que me passou assistindo ao filme de 2022 (filme de estreia de Lee como diretor) era mais de uma sequência de eventos parecida com um episódio de um desenho animado infantil. Existia um caso para a polícia investigar, havia uma sequência de piadas montadas de um jeito tradicional e sem impacto, com uma luta corpo a corpo e que no final os mocinhos se reuniam para celebrar a “vitória”. Não tinha nada que se destacasse além das atuações que até convenciam, mas ficavam isoladas. Em ‘Força Bruta: Sem Saída’, o diretor consegue achar uma boa estrutura narrativa e trabalhar melhor com a linguagem.

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Créditos: Sato Company

Com uma trama realmente envolvente e um bom uso de elementos como a fotografia e mixagem, é nítida a evolução do diretor e a maturidade da obra. Escolhas como usar a câmera na mão nos momentos de luta trouxeram uma intensidade única nas cenas, visto que as coreografias das lutas são em grande parte no corpo a corpo e rápidas. O roteiro cria uma história mais atraente, com vilões mais desenvolvidos e que prendem o espectador num jogo de gato e rato para descobrir sobre as drogas operadas pela máfia. Existe realmente uma dinâmica que prende o espectador para além das cenas de luta. Isso ajuda também o lado cômico, que neste filme funciona bem melhor e com cenas bem mais estruturadas, como a cena do interrogatório.

‘Força Bruta: Sem Saída’ é um projeto de ação bem interessante que mostra uma grande maturidade em relação aos filmes anteriores. Trazendo não apenas boas sequências de luta como um humor na medida certa e uma história investigativa envolvente. O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 10 de outubro com distribuição da Sato Company.

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