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    Crítica | Fresh (2022)

    Sebastian Stan and Daisy Edgar-Jones appear in FRESH by Mimi Cave, an official selection of the Midnight section at the 2022 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute. All photos are copyrighted and may be used by press only for the purpose of news or editorial coverage of Sundance Institute programs. Photos must be accompanied by a credit to the photographer and/or 'Courtesy of Sundance Institute.' Unauthorized use, alteration, reproduction or sale of logos and/or photos is strictly prohibited.
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    Essa crítica foi escrita por Matheus Simonsen. Siga ela nas suas redes sociais: Instagram

    Na era digital, em que aplicativos como Tinder servem para medidores amorosos, aqui, duas pessoas se conhecem à moda antiga. Sob as luzes de um mercado, dois estranhos se encantam um pelo outro, dando início a um relacionamento. Algo tão comum como uma comédia romântica é mostrada em seus primeiros trinta minutos, mas após isso Fresh mostra sua verdadeira face.

    Mimi Cave e Lauryn Kahn se unem para entregar um inesperado terror cômico, do tipo que desperta na audiência as experiências sensoriais mais inusitadas e contrastantes. O termo “terrir”, usado para filmes que misturam terror e comédia, tem sido muito trabalhado por Hollywood nos últimos anos. Filmes como e A Babá (2017), Casamento Sangrento (2019) e Freaky: No Corpo de um Assassino (2020)  mostram essa crescente no gênero. Entre o nojo e o horror, existe um humor sarcástico, ácido e inesperado.

    Aqui, Sebastian Stan saí de sua zona de conforto dos filmes da Marvel, para viver um homem charmoso e carismático que acaba conquistando Noa (Daisy Edgar Jones), uma mulher cansada de encontros românticos frustrantes de caras achados no Tinder. Depois de alguns encontros, Steve a convida para sua casa, e lá ela descobre sua verdadeira intenção.

    A diretora Mimi Cave (em seu primeiro trabalho na direção) e é particularmente competente no design de produção, explorando toda a casa de campo para construir o horror e te envolver. Muito do que o espectador vê na casa funciona como complemento do roteiro, não só pela atmosfera, mas para contar mais sobre o personagem vivido por Sebastian Stan.

    O longa brinca com a nossa percepção, desafia os nossos sentidos e pavores, dando uma sagaz piscadela para a nova era de relacionamentos – em que tudo é digital e cada vez mais desconfiável. O gore funciona, e a cineasta definitivamente não tem medo de mostrar o incômodo e o sensível, adicionando a isso um humor irônico e uma excelente escolha musical.

    Sebastian Stan and Daisy Edgar-Jones appear in FRESH by Mimi Cave, an official selection of the Midnight section at the 2022 Sundance Film Festival. Courtesy of Sundance Institute. All photos are copyrighted and may be used by press only for the purpose of news or editorial coverage of Sundance Institute programs. Photos must be accompanied by a credit to the photographer and/or ‘Courtesy of Sundance Institute.’ Unauthorized use, alteration, reproduction or sale of logos and/or photos is strictly prohibited.

    A sensação ao final é semelhante àquela provocada por Corra! (2017), não apenas pela mistura do horror com a comédia, mas principalmente pelo seu terceiro ato, que, no caso aqui, acaba por ser a parte mais fraca do projeto, com decisões questionáveis dos protagonistas e o apelo a clichês mais datados do gênero.

    Ainda assim, Fresh deixa o público sempre à beira de uma catástrofe, intrigando a cada novo absurdo descoberto a respeito do personagem Steve e utiliza a sua comicidade de maneira honesta, energética e revigorante.

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