seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Fúria Incontrolável

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Quem já não perdeu a cabeça no trânsito? Xingar o motorista do carro ao lado, fazer gestos ou buzinar mais forte são atitudes corriqueiras para muitos motoristas. Mas, em “Fúria Incontrolável”, um homem que não está em seus melhores dias vai além. Pelo menos é isso que a premissa do deseja que você entenda.  O longa estreou recentemente no Amazon Prime Vídeo e tem um Russell Crowe (Gladiador) assustador como protagonista em um filme mediano.

Amazon Prime / Divulgação

O longa começa de modo objetivo e direto, e sem muita firula já nos minutos iniciais, nos deixa perplexos com a cena vista. Em seguida são apresentados os créditos de abertura com diversas filmagens reais do cotidiano, na qual motoristas e pessoas comuns resolvem os problemas (em geral os de trânsito) com as próprias mãos e descarregam sua raiva acumulada em alguns desavisados. As situações vistas evocam, o que vemos no clássico Dia de Fúria de 1993. Mas o que assistimos após isso não chega aos pés da obra da década de 90.

Na trama, Rachel (Caren Pistorious) está atrasada para o trabalho e em um momento no trânsito briga com um motorista (Crowe) que está parado no sinal verde. À partir daí o homem persegue a mulher e seu filho, elaborando os planos mais surreais em prol de externar seu ódio acumulado. O roteiro escrito por Carl Ellsworth (Voo Noturno) cria uma trama que inicia bem, mostrando quem são os personagens e suas relações, mas com o passar do tempo a trama não se sustenta devido a forçação de barra que o roteiro cria em diversas situações que são previamente planejadas pelo vilão da história, e que nós (espectadores) vemos claramente que elas não são críveis. Além disso, o longa desiste de desenvolver algumas situações em prol da barbárie e violência. O que por um lado é bom, já que o filme faz valer sua classificação indicativa, mas por outro lado faz a trama perder pontos no quesito credibilidade e coerência.

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A direção de Derrick Borte (H8RZ) aposta em observar as situações criadas pelo roteiro do modo mais exagerado possível, o que faz com que tenhamos diversas cenas perseguição e de brutalidade pra lá de interessantes, essas cenas farão o espectador ficar na ponta da cadeira, em especial a cena de perseguição na rodovia no fim do 2º ato. No 3º ato, o longa se rende aos clichês e o longa se perde. Ao fim do longa, temos uma cena que apresenta uma metáfora que pode trazer alguma reflexão ao espectador, mas com o banho de sangue apresentado, isso para a maioria, deve ficar em segundo plano.

Amazon Prime / Divulgação

Russell Crowe é sem dúvida o grande nome do filme, com seu físico e semblante fechado o ator convence no papel de homem inescrupuloso. Fúria Incontrolável é uma obra objetiva e violenta que funciona muito bem como entretenimento. Mas como obra que pode causar reflexão sobre seus atos no dia a dia, deixa a desejar devido aos exageros e incoerências do seu roteiro.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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