sex, 3 maio 2024

Crítica | Golda: A Mulher de uma Nação

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Cinebiografias desse tipo geralmente buscam a total atenção com seu/sua protagonista. Resultando em mudanças físicas e a inserção de maquiagem para seu artista. E aqui não é diferente, em Golda – A Mulher de uma Nação, temos a excelente Hellen Mirren representando a quarta primeira- ministra do estado de Israel, Golda Meir. Ela foi responsável pelo comando do país entre 1969 e 1974, e ganhou destaque devido o confronto de Yom Kippur, famoso feriado religioso do país, onde tropas árabes tanto do Egito quanto da Síria atacaram os israelenses devido a falta de atenção em decorrência do feriado. Com tudo isso, ocorreu o envolvimento americano e desentendimento dos árabes com os mesmos, resultando na trava de exportação do combustível fóssil, e assim iniciando uma crise do petróleo. São essas decorrências que o filme busca retratar nessa curta passagem de tempo, tanto politicamente quanto pessoalmente com sua protagonista.

 A Primeira-ministra israelense Golda Meir (Helen Mirren), também conhecida como a “Dama de Ferro de Israel”, deve tomar decisões extremamente importantes e é responsável pela segurança de seu país em 1973, quando Egito, Síria e Jordânia lançam um ataque surpresa contra Israel em seu dia santo. Durante a Guerra do Yom Kippur, as vidas de muitas pessoas são de sua responsabilidade e ela deve prevalecer contra os membros do gabinete exclusivamente masculinos que são hostis a ela.

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Talvez o maior problema do longa seja justamente essa inocência manipulativa criada em torno da personagem e sua decisões. Por um lado vemos sua fragilidade em decorrência do câncer nos últimos estágios, aumentando o grau de risco por cada decisão imposta para a única mulher em meio tantos homens. O filme cria uma fantasia acerca daquela guerra, ele separa de forma cafajeste os heróis dos vilões, no caso aqui, os vilões são os Árabes e os Russos, sem qualquer tipo de desenvolvimento do outro lado da guerra.

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É basicamente uma propaganda política. Ele usa essa figura de Golda basicamente como uma líder caridosa, mas na verdade ela foi uma líder política de frente com uma guerra. O filme busca apenas contar um lado dessa historia e faz com que seja a verdade absoluta, é muita irresponsabilidade, ainda mais com uma história tão importante e atual nos dias de hoje. Ele constrói cenas de cunho manipulativa para centralizar as dores de uma nação “totalmente inocente”, seja pela personagem encarando caixões com a bandeira do país ou cenas de cunho emocional forçados de pessoas chorando com notícias de familiares mortos na guerra.

É triste pensar que esse principal problema acaba que engolindo méritos que o filme possa apresentar, como a própria Hellen Mirren, que apesar de um texto raso, consegue criar carisma e convence na maquiagem realmente diferente quanto o habitual da atriz. E também existem um conjunto de momentos cinematográficos para quebrar um pouco o exagero de tanta informação quanto estratégias e atualizações geopolíticas, ele consegue criar momentos distantes de algo genérico e uma identidade audiovisual elegante.

Golda – A Mulher de uma Nação traz uma irresponsabilidade típica de Hollywood. Se torna mais uma propaganda safada do que apenas mais uma cinebiografia esquecível. Ele busca essa figura central com sua protagonista para criar momentos de drama, medo e ansiedade com seu povo e decisões de guerra, e por mais que exista uma figura realmente talentosa que é a Hellen Mirren, o texto se revela mais condenável do que louvável. É um filme que se cobre em uma manipulação e exageradamente sofrido, e pode acabar enganando com esse típico discurso de verdade absoluta, como sempre transformando os povos tipicamente contrários os Estados Unidos nos vilões absolutos de uma história.

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