sex, 26 abril 2024

Crítica | Guardiões da Mansão do Terror

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O terror é um gênero popular para diversos tipos de público, existe um charme no mistério e no misticismo de muitas produções que as transformaram de filmes B para obras icônicas. Porém, existe uma certa barreira para esse gênero, a dificuldade de conectar com um público mais jovem ou infantil. Uma série que conseguiu entregar tal feito foi a icônica animação Gravity Falls, e mais recentemente a série animada da Netflix, Guardiões da Mansão do Terror (Dead End: Paranormal Park), um terror infantil que nos entrega um tom místico e charmoso além de ter como um dos protagonistas um personagem LGBTQIA+.

A representatividade em animações infantis sempre se mostrou como um desafio para os produtores dessas obras, um dos casos recentes foi em relação ao beijo sáfico no filme Lightyear da Disney. Porém, algumas raras vezes essa representatividade consegue ser entregue de forma saudável em certas obras, que é o caso de Mansão do Terror. A série se passa num parque de diversões mal assombrado e tem como um de seus protagonistas Barney, um adolescente transsexual que sai da casa dos seus pais para poder sentir a liberdade que sua casa antiga não oferecia. 

É nesse primeiro ponto que Dead End mostra coragem e sensibilidade na abordagem de assuntos LGBTQIA+, a história de Barney não se define apenas por ele ser um homem trans, apesar de isso ser grande parte da sua identidade, ele é uma pessoa com ambições, defeitos, desejos, um representação normalizada e saudável. Ao longo da primeira temporada acompanhamos a história do adolescente evoluindo com suas inseguranças e aprendendo a impor limites no seu lar abusivo com uma narrativa sensível e sincera. Resultando em algo raro em séries com personagens LGBTQIA+, a coragem de dizer que apenas aceitação não é o suficiente, Barney entende que ele não merece apenas ser aceito como ele é, mas também merece ser amado e respeitado.

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Mesmo com toda essa sensibilidade e profundidade em um dos personagens, o jovem é apenas parte de uma dupla de protagonistas. A segunda metade é Norma, uma adolescente ansiosa e obcecada por histórias de terror que vai trabalhar no parque de diversões junto com Barney. A cada episódio, a jovem evolui de forma igualmente sensível suas questões emocionais, um episódio excepcional é um que aborda a sua fobia social.

Dead End Paranormal nos passa uma sensação gostosa e estranhamente acolhedora de histórias assustadoras com o tom infantil. Assim como Gravity Falls, muitos episódios em ambas as produções abraçam o terror e horror, trazendo um mistério místico que se mistura com o drama pessoal de seus personagens e consegue nos entreter e emocionar em apenas 25 minutos de episódio.

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