qua, 18 setembro 2024

Crítica | Guerra sem Regras

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Em um cenário cinematográfico que mistura a sofisticação de “Ocean’s Eleven” com a falta de charme e a tensão de “Bastardos Inglórios” em um roteiro desprovido de emoção genuína, “Guerra sem Regras”, dirigido e roteirizado por Guy Ritchie, revela-se uma travessura histórica extenuante, mais preocupada com a auto-satisfação do diretor do que com o envolvimento real do público.

Ritchie, conhecido por seu estilo estilizado e irreverente, transforma um episódio menos conhecido da história britânica em uma sucessão de clichês de filmes de espionagem. Em vez de parodiar os tropos comuns do gênero, ele os reforça e, paradoxalmente, os esvazia de qualquer impacto emocional. O resultado é um filme que, embora visualmente atraente, carece de alma, como se estivesse vazio por dentro.

Henry Cavill interpreta Gus March-Phillipps, um major britânico encarregado de uma missão audaciosa para eliminar nazistas na Segunda Guerra Mundial. Acompanhado por um grupo de especialistas, cada um com habilidades notáveis, como Anders “The Danish Hammer” Lassen, um arqueiro cuja destreza é quase sobre-humana, March-Phillipps enfrenta uma série de desafios enquanto é comandado por Winston Churchill e o Brigadeiro Gubbins. No entanto, apesar da proposta intrigante e do potencial para um drama tenso, o filme falha em construir qualquer suspense real.

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Ritchie tenta imprimir seu estilo irreverente e autossuficiente, quase como se estivesse brincando com a história, apresentando os heróis com uma invencibilidade desconcertante que elimina qualquer sensação de perigo. Isso resulta em uma falta de tensão nas cenas que deveriam ser carregadas de risco. O filme, que poderia ser uma homenagem ou uma sátira, se torna apenas um desfile de personagens desprovidos de profundidade, avatares de um distanciamento rude e calculado.

A velocidade com que Ritchie produz seus projetos – este é seu quarto filme desde 2021 – contribui para a sensação de que “Guerra sem Regras” é um produto impessoal e mecânico. Mesmo com uma premissa historicamente rica e uma abordagem visualmente elegante, o filme acaba sendo um exercício de estilo que escapa ao envolvimento genuíno. “Guerra sem Regras” é competente em seu ofício, mas é, no final das contas, uma obra que deixa o espectador sem nada para agarrar, uma peça de entretenimento que, apesar de sua polidez, não deixa uma impressão duradoura.

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