O Brasil e a Argentina se unem em prol de uma narrativa a qual usa a comédia e os dramas do cotidiano de um casal para discutir e criticar situações contraditórias da sociedade. Escrito por quatro roteiristas (muita gente envolvida numa única função costuma ser mau sinal), o filme começa mostrando o argentino Horácio se tornando em “herói” da zona sul do Rio de Janeiro após ajudar a prender o “Bandido-Aranha”, mesmo que sem querer. No qual a polícia não conseguia capturar. Desse ponto em diante, o roteiro se concentra em Vera, a esposa de Horácio que ganha a vida como deputada e finalmente consegue se candidatar como prefeita do Rio.
Simultaneamente, Horácio desperta sentir desejos e atrações por outra mulher, o que põe seu casamento com Vera em risco, e os responsáveis por sua campanha também ficam paranóicos, pois uma traição ou o fim de uma relação dessas poderia prejudicar a imagem da candidata diante da população.
Então Vera resolve aprontar uma vingança para cima de seu marido, buscando algo que… Aparentemente só funciona nos filmes, na minha opinião.
Happy Hour – Verdades e Consequências, exagera na quantidade de tramas e subtramas que vão surgindo à medida que a narrativa avança, o que resulta em um enorme problema no foco da história. Um exemplo disso é o “Bandido-Aranha” que surge do nada e termina em lugar nenhum.
Fotografia falha, com câmeras subjetivas que nada acrescentam ao conteúdo das cenas, só não desapontam mais do que a insuportável trilha sonora e seu hábito de mastigar tudo que o espectador deverá sentir do início ao fim, incluindo uma música que volta umas mil vezes.
O que se vê é como um frankenstein de ideias, costurado com metáforas fora da curva. Há como uma grande massa de ar turva de ideias mal executadas. A proposta base da narrativa é interessante, mas se perde em meio as ideias. As ideias são essenciais para uma narrativa inteligente e engajada, mas não são bem elaboradas e distribuídas ao longo da história.
A estreia do filme fica para o dia 28/03.