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    Crítica | Hereditário

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    Esse filme me causou tanto medo, que estou escrevendo essa crítica às 02:00 da manhã com todas as luzes da minha casa acessa. O filme é perturbador e vai assombrar você por um bom tempo.

    Este é o longa de estreia de Ari Aster, aqui ele faz o papel de diretor e roteirista dessa obra demoníaca. O filme chega aos cinemas embalado de recomendações e causou frisson sendo comparado a obras primas como O Exorcista (de William Friedkin) e A Mão que Balança o Berço (Curtis Hanson). Mas o que Hereditário tem em comum com essas duas obras primas do terror? Todos são filmes que se passam no seio familiar e tem histórias bem construídas, não sendo apenas uma grande máquina de fazer susto., tudo é desenvolvido para criar um terror psicológico tendo o sobrenatural como plano de fundo. Confere a sinopse da trama.

    Após a morte da avó, a família Graham começa a desvendar algumas coisas. Mesmo após a partida da matriarca, ela permanece como se fosse uma sombra sobre a família, especialmente sobre a solitária neta adolescente, Charlie (Milly Shapiro), por quem ela sempre manteve uma fascinação não usual. Com um crescente terror tomando conta da casa, a família explora lugares mais escuros para escapar do infeliz destino que herdou. Gelou né?

    Hereditário não é um filme frenético, O diretor Ari Aster começa sua trama num ritmo lento, e com o tempo vai aumentando o clima de tensão. O primeiro ato, comparado com o último é de uma tranquilidade perturbadora. Mas Aster usa essa tranquilidade para situar o espectador mostrando algo que já aconteceu a muita gente: uma tragédia familiar. Assim, o filme consegue ser “mais real” que outras obras do gênero, um belíssimo acerto (um dos vários).

    Hereditário nos assusta muitas vezes pelo inesperado, aquela velha presença constante de algo que não temos bem a certeza se estamos vendo. O jogo de luz usado nos permite essas sensações durante o filme (o que só piora as coisas num bom sentido). Outro ponto positivo a destacar é a visão única é criativa do diretor, que usa de ângulos não convencionais e faz com que o espectador se sinta coagido num labirinto de medo (a aproximação da câmera em diversas cenas mostra isso). A direção de arte e a trilha sonora são magnificas, elas fazem o público mergulhar na atmosfera de tensão. Em resumo tecnicamente o filme é perfeito, sem exageros.

    O elenco está fantástico!!! Milly Shapiro, nos trás uma estranha e bizarra Charlie que tem o tique de fazer estalar a língua no céu da boca (um som que o diretor aproveitou para nós dar sustos fantásticos). Ela também faz parte de uma cena que PQP, vai ficar marcada na sua cabeça. Toni Colette brilha no papel de uma mãe que beira a loucura. Alex Wolff tem uma atuação segura.

    Talvez o pé de Aquiles da trama seja o roteiro, é difícil concordar com algumas decisões dos personagens, mas isso não é nada que atrapalhe, apenas incômoda um pouco.

    Em resumo, Hereditário não é um filme para todos os públicos, se você quer apenas levar susto atrás de susto, passe longe. Caso contrário, venha e tenha uma experiência única e aterrorizante, com um dos melhores filmes de terror do ano.

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