sáb, 21 dezembro 2024

Crítica | Herege

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Herege é um filme que vai trazer questionamentos acerca da religião e como isso afeta o mundo de uma maneira bem simples e interessante. Ele propõe uma reflexão usando bases conhecidas da cultura pop e indagando um discurso mais palpável com seu telespectador. Ele se utiliza das duas jovens protagonistas para trazer esse embate entre a reflexão do vilão sobre o mundo e uma possibilidade de fé real.

O longa se utiliza bem do ator Hugh Grant para destacar esse embate verborrágico, pelo menos até sua metade . Ele destaca esse arquétipo bonzinho e inocente do ator para aos poucos construir esse terror psicológico e a noção de que existe alguma coisa errada ali. As maiores provas são duas cenas, a primeira de apresentação dos três personagens no primeiro cômodo da casa, onde existe um longo diálogo de introdução e o começo da implantação de alguns detalhes que formam cada personagem.

 Já na segunda cena, é onde ocorre uma epifania sensacional do personagem para exemplificar o que é o conjunto de religiões do mundo inteiro para as protagonistas. É uma cena que alcança o absurdo devido aos exemplos que beiram desde Star Wars até RadioHead, mas acaba funcionando de certa forma. O destaque fica para os diálogos afiados e provocativos do Mr. Reed e o plano por cima da mesa onde ele monta sua teoria se utilizando do jogo Monopoly.

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Então a primeira metade do filme é bastante focado no terror psicológico e embate verbal dos personagens. Já a segunda metade acaba caindo em um terror mais convencional do gênero, se utilizando de sustos e uma violência mais gráfica. Funciona, porém em comparação aos mostrado anteriormente fica bem abaixo do impacto já alcançado. Ele até mesmo envolve uma surpresa com uma das personagens, porém mais tarde acaba que se utilizando disso para uma escolha até covarde e exagerada, mesmo que o filme se utilize dessa questão de fé, parece exagerada para tal escolha em seu terço final.

Entre as atrizes, a personagem Barnes acaba ganhando um destaque maior por conta da atuação e desenvolvimento de seus problemas, enquanto a Paxton funciona muito mais nessa noção de fuga, luta e algo mais voltado para o terror convencional. A Barnes se destaca por querer possuir o mesmo equilíbrio verborrágico do vilão do filme, então vai acabar gerando mais destaque pra mesma por conta de suas provocações e retrucas com os questionamentos sobre a fé.

De todo um modo, é um filme bem divertido quando ligado com essa troca de informações entre os personagens. Ele traz questionamentos interessantes quanto a fé e a manipulação, porém nada muito aprofundado, funciona mais nesse conceito de reflexão com a sociedade atual e a cultura pop de modo geral. O maior destaque fica mesmo para Hugh Grant e suas insistentes cutucadas e noções de um terror mais mental, que aos poucos vai caindo para algo mais genérico e padrão.

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