qui, 21 novembro 2024

Crítica | Hypnotic: Ameaça Invisível

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Robert Rodriguez construiu uma carreira respeitável ao longo dos anos, sendo lembrado por filmes como Um Drink no Inferno ou sua versão para as telas de Sin City, o diretor em 2023 não chega a ser alguém muito contestado na indústria, apesar de não lançar uma obra de grande repercussão há uns bons anos. Infelizmente Hypnotic, o novo filme de Rodriguez não quebra seu ciclo atual de produções inofensivas.

A história acompanha Daniel Rourke (Ben Affleck), um policial ainda lidando com o recente trauma do desaparecimento de sua filha que precisará agora lidar com uma série de estranhos crimes envolvendo hipnose. Essa base pode em muito lembrar um outro filme lançado há mais de 20 anos chamado A Cura, de Kiyoshi Kurosawa ao buscar na hipnose uma forma de tatear o sobrenatural e intensificar a desconfiança, mas talvez a principal diferença seja na abordagem que Rodriguez vai ter com esse elemento, buscando se alinhar mais ao estilo de cineastas como Cristopher Nolan mas sem um método bem definido. Hypnotic acaba se apresentando como uma mistura destas referências sem conseguir encontrar uma tônica própria muito por não ter uma história que amarre de maneira consistente esses elementos.

Não existem muitos elementos salvadores neste filme. Por mais que a presença de Alice Braga no elenco traga alguma credibilidade, a atriz não tem muito com o que trabalhar já que a história não consegue encontrar uma função para além da expositiva para sua personagem, por mais que ela participe de alguns dos momentos de maior ternura da trama, tudo acaba soando meio artificial uma vez que não existe uma base narrativa sólida que mova a trama para a frente.

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Hypnotic é um filme que pega o conceito de Thriller mas praticamente esvazia toda a tensão uma vez que mistérios e motivações não parecem tão interessantes, fora que a apatia de Affleck no papel principal não ajuda. A estética que parece emular A Origem com orçamento muito menor ainda ajuda a tornar a experiência mais derivativa, todo o acúmulo de fatores para forjar um filme esquecível.

Mesmo quando, no terceiro ato, o longa consiga encontrar algumas soluções visuais e conceituais diferenciadas em relação à suas aparentes inspirações, ainda continuam sendo artifícios a serviço de uma história sem muito a dizer. Todo arco de Rourke se conclui com revelações apressadas, talvez alguns possam entender que isso significa que o filme é mais curto do que deveria, mas talvez não seja esse o caso e sim de uma má edição e montagem porque, mais uma vez, a história não possui tanto conteúdo assim.

Em resumo Hypnotic é um filme fraco em quase todos pontos e nem mesmo a ação ou o estilo salvam a produção de parecer uma paródia de outras melhores que vieram antes. Talvez Robert Rodríguez ainda consiga entregar produções de qualidade no futuro mas ainda não foi nessa que o diretor conseguiu se reencontrar com o cinema de personalidade que o evidenciou no passado.

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Fabrizio Ferro
Fabrizio Ferrohttps://estacaonerd.com/
Artista Visual de São Paulo-SP
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