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Crítica | Ilha dos Cachorros

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Ilha dos Cachorros, novo filme de Wes Anderson, diretor de Grande Hotel Budapeste, é uma animação que se passa na cidade japonesa Megasaki, onde o prefeito recém-eleito Kobayashi sanciona uma lei proibindo a existência de cães na cidade. A proibição ocorre sob o pretexto dos cachorros serem responsáveis pela disseminação de doenças, embora não exista embasamento científico para tal argumento.

Deste modo, todos cães são exilados em uma ilha onde o lixo da cidade é depositado, inclusive Spots, o cachorro guarda-costa do pequeno Atari Kobayashi, tutelado pelo prefeito. Atari, inconformado com a situação, voa até a ilha afim de recuperar o seu animal de estimação. Ilha dos Cachorros estreia no Brasil em 19 de julho e garantiu ao seu diretor o prêmio  Urso de prata no Festival de Berlim.

A animação conta com grandes atores na dublagem de seus cachorros, entre eles: Bill Murray, Jeff Goldblum, Edward Norton, Bryan Cranston, Scarlet Johansson e muitos outros.

O filme funciona em várias “camadas”. Agrada as crianças, por ser um desenho divertido mas também é uma metáfora muito bem feita sobre situações de regimes totalitários comuns em todo o mundo, em diversos momentos da História. A animação pode ser comparada com “Maus”, obra literária que retrata o Holocausto com personagens representados por animais. No caso do filme, a espécie escolhida para representar a parcela da sociedade responsável pelos problemas do mundo são os cachorros.

Essa reflexão é muito bem conduzida durante o filme, mas deixar a entender que existiria um outro motivo para banir os cachorros, mas não fica claro para quem está assistindo.

O destaque positivo fica por conta da estética da cultura japonesa transportada para animação em stop motion tornando o filme mais palatável para os olhos.

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