qui, 28 março 2024

Crítica | Império da luz

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Saúde mental é um assunto muito em pauta nos dias de hoje, e precisa ser. A delicadeza das relações humanas e como indivíduos são afetados pelo meio não são nenhuma novidade quando se está falando sobre cinema. Esses assuntos são densos, demandam reflexão e podem nunca ser esgotados, mas uma forma de abordá-los é a partir da sensibilidade e o diretor Sam Mendes em seu filme Império da Luz acaba tocando em algumas dessas questões a partir de uma história de romance.

      O filme acompanha Hilary (Olivia Colman) e sua rotina trabalhando em um cinema de rua num período que parece ser o começo dos anos 1980. Hilary demonstra um passado com questões de saúde mental e um constante acompanhamento psicológico para tentar se manter “nos trilhos”, ainda assim é possível sentir uma raiva reservada dentro da personagem que pode sair a qualquer momento. Sua rotina parece controlada até a chegada de Stephen, um novo funcionário no cinema que irá abalar o clima de estabilidade.

      Mendes constrói uma história que parece mais movida por uma intenção de abordar certos temas do que numa naturalidade de acontecimentos a partir dos personagens apresentados, mesmo levando em conta as problemáticas da personagem de Colman, a atriz (que é indiscutivelmente hábil) ainda não consegue trazer tanta empatia e organicidade para o filme. A relação de Hilary com Stephen, que é um jovem negro dentro de um contexto extremamente racista, carrega um potencial interessante e de certa maneira já se desprender de arquétipos comuns à um filme de romance mas ainda parece subutilizada dentro de uma história sem muita vida própria.

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      Questões de submissão feminina e relações raciais vão dar o tom de boa parte do filme mas sem grandes elaborações sobre os temas para além de encenar injustiças e muitas vezes de forma robótica. Tudo parece conveniente para a história e relativamente apático e isso dá um senso de distância da importância e da intensidade com a qual esses temas deveriam ser tratados.

      O filme ainda monta um argumento sobre os potenciais efeitos terapêuticos da experiência de se ir ao cinema, tentando usar de algum envolvimento emocional do espectador com a protagonista, mas o assunto que, dentro da história carrega todo um tom dramático, na prática parece um tanto descolado do resto, mesmo lidando com uma história que se passe em sua maioria dentro do cinema.

      Império da Luz é um filme recheado de boas intenções que se realiza em uma experiência infelizmente esquecível. Mesmo com uma boa equipe envolvida no projeto, a falta de foco narrativo e de compreensão dos temas que tem em mãos pode gerar um distanciamento com o público apesar de seus tímidos momentos tenros que ainda conseguem demonstrar sentimento. 

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Fabrizio Ferro
Fabrizio Ferrohttps://estacaonerd.com/
Artista Visual de São Paulo-SP
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